“A ACAP congratula-se [com este cenário porque] é aquele que, no imediato, resolve as distorções que há no mercado e resolve também os constrangimentos para a indústria automóvel em Portugal”, disse à agência Lusa o secretário-geral da ACAP, Hélder Pedro.
Segundo o responsável, a medida hoje aprovada em Conselho de Ministros, de que os veículos que pagam menos portagem passam a incluir os que têm peso bruto inferior ou igual a 2.300 quilogramas e altura ao primeiro eixo até 1,30 metros, “vem pôr fim a uma discriminação” que existia no setor.
“Achamos que não vai aumentar as vendas, vai é criar maior justiça, porque havia modelos que não se vendiam por este critério e, assim, todos têm hipótese de estar no mercado, é isso que defendemos, a equidade do mercado”, justificou.
Hélder Pedro observou que, até aqui, “as pessoas escolhiam os modelos que não pagassem classe 2”, isto caso quisessem andar em autoestradas.
Agora, com a nova medida, haverá “uma elasticidade na procura”, realçou.
Em causa está, assim, “uma escolha mais diversificada de modelos”, bem como um maior tráfego nas autoestradas, o que, consequentemente, “aumenta as receitas também”, apontou.
Além disso, de acordo com secretário-geral da ACAP, o decreto-lei hoje aprovado vem adaptar-se à evolução do setor, já que a definição de classes anterior não tinha “em conta a nova realidade do mercado”.
“Isto [as classes] foi definido em 2000, há 13 anos, e entretanto o ‘design’ dos carros evoluiu, com os SUV e os ‘crossovers’”, assinalou, notando que os carros de hoje em dia acabam por ter “pouco peso”, mas “uma altura frontal acima do mínimo estabelecido”.
Além disso, a nova classe abrange “a diretiva de proteção de peões que, entretanto, apareceu e que obrigou os carros a elevar a altura frontal”, bem como responde às necessidades da indústria, que pode produzir outros modelos, como fábrica da PSA em Mangualde, adiantou Hélder Pedro.
O ajuste das classes vinha a ser reivindicado pelo setor, nomeadamente, pelo grupo PSA, que tem uma fábrica em Mangualde e tinha referido que o investimento em Portugal poderia estar em causa caso se mantivesse o modelo de pagamento das portagens anexado à altura dos veículos.
Com o modelo atual de portagens, a nova viatura fabricada em Mangualde, por ter mais de 1,10 metros de altura, deveria ser incluída na classe 2 e agora será classe 1.
Questionada pela Lusa sobre as novas regras, a Brisa, concessionária de várias autoestradas portuguesas, referiu decorrerem conversações com o executivo.
“Estamos em conversações com o Governo e, neste momento, não podemos adiantar mais nada”, respondeu fonte oficial da empresa.
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