Duas mulheres relataram ter sido alvo de agressão e assédio sexual por figuras políticas de Downing Street, conta o The Guardian. Os casos foram dados a conhecer no podcast The Open Secret, da Sky News, sendo mantido o anonimato.
"Fui agredida sexualmente por alguém que agora é ministro de gabinete. Eu estava na casa dos 20 anos e não sabia realmente como lidar com isso. Estava super embriagada e ele continuou a dar-me mais vinho", relatou uma delas.
A mulher conta ainda que depois lhe disse que se ia deitar, mas tal não impediu os avanços. "Obviamente que ele não me deixou em paz. E depois acordei na manhã seguinte e apercebi-me do que tinha acontecido".
Posteriormente, optou por contar aos colegas e ao deputado para quem trabalhava na altura do incidente o sucedido, que a encorajou a denunciar à polícia.
Contudo, após discussões iniciais com as autoridades, decidiu não prosseguir e não apresentou uma queixa formal ao Partido Conservador. "Estava demasiado assustada para dar início a esse processo e arriscava-me a ficar fora de controlo", disse.
Um porta-voz do Partido Conservador frisou que existe internamente "um código de conduta estabelecido e um procedimento de queixas onde as pessoas podem comunicar em confidência".
Quanto ao segundo caso, uma mulher alegou ter sido apalpada por um funcionário do n.º 10, que depois foi nomeado para um lugar de topo em Downing Street.
A mulher diz que fez múltiplas queixas sobre a nomeação do homem, mas que ele permaneceu no cargo.
"Falei com várias pessoas. Não aconteceu nada. Por isso, queixei-me formalmente. Senti a responsabilidade de o voltar a fazer, em parte porque o gabinete onde ele ia trabalhar está cheio de mulheres. E eu pensei que ele o faria novamente", explicou.
A mulher adiantou ainda que, ao ouvir a alegação, o chefe do homem rejeitou a queixa, dizendo que o acusado era "bem parecido e tinha mulheres a atirarem-se a ele".
Sobre estes casos, um porta-voz do governo garantiu que são levadas "extremamente a sério as alegações de má conduta".
Foi ainda referido que "todos os futuros funcionários do governo estão sujeitos aos necessários controlos e verificações", mas não foram tecidos comentários sobre nenhum dos indivíduos em causa.
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