
Apesar de ser uma das ervas aromáticas mais utilizadas na gastronomia portuguesa, os coentros são um ingrediente que divide opiniões. Há quem adore, e quem odeie.
Dentro do grupo de pessoas que detestam coentros, é comum justificarem este desagrado pela erva aromática ao dizerem que sabe a sabão. A ciência já conseguiu perceber porquê, e afinal há um gene que pode explicá-lo.
Um estudo, publicado na revista Nature, descobriu duas variantes genéticas associadas à perceção do sabor dos coentros. A mais comum é um gene ligado ao conjunto genético dos recetores olfativos. O OR6A2 é muito sensível aos aldeídos, os compostos químicos que atribuem aos coentros o seu sabor único.
Para esta investigação, 30 mil pessoas foram questionados sobre se gostavam ou não de coentros, e se o sabor desta erva os remetia para o sabor a sabão. O estudo foi levado a cabo pelo cientista norte-americano, Nicholas Eriksson, que na altura, trabalhava com a empresa dedicada à genética, 23andMe.
Segundo Eriksson, quase metade dos europeus têm duas cópias desta variante genética. Desse grupo, 15% associam o sabor dos coentros ao do sabão, um valor que desce para os 11,5% no caso dos europeus sem qualquer cópia da variante genética.
Apesar de ser uma diferença pouco significativa, o autor concluiu, em declarações ao The Salt, que a aversão aos coentros é, em parte, determinada pela genética.
No entanto, este não é um gosto que vem de família, uma vez que o estudo concluiu, que, surpreendentemente, estes genes não são herdados.
*Edição por Ana Maria Pimentel
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