“Esta cimeira foi a cimeira do reencontro entre a Europa e os Estados Unidos da América em torno do reforço desta aliança multilateral. (…) Significa isto virarmos uma página de um episódio difícil e tenso que a NATO viveu nos últimos anos, e isso é o que resulta de essencial desta cimeira”, sublinhou o primeiro-ministro.
António Costa falava em conferência de imprensa após a cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês), que decorreu hoje no quartel-general da Aliança, em Bruxelas, e que reuniu os chefes de Estado e de Governo dos 30 Estados-membros da organização.
Naquela que foi a primeira cimeira da NATO a contar com a participação do novo Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, o primeiro-ministro referiu que a presença do chefe de Estado norte-americano foi "clara e inequívoca no seu compromisso com a NATO e o compromisso dos Estados Unidos com o respeito de todas as obrigações dos membros da NATO, designadamente as que decorrem do artigo 5º", que estabelece o princípio de defesa coletiva da Aliança.
Reconhecendo, apesar disso, que “não se avançou muito” durante a cimeira dos líderes, e que esta foi “basicamente proclamatória”, Costa reiterou que “após vários onde muitos duvidaram que a NATO subsistiria” e se interrogaram se estava “em morte física ou cerebral”, a reunião mostrou que este não é o caso.
“Aquilo que esta cimeira serviu foi fundamentalmente para dizer que ‘não, a América está claramente com a Europa, como parte integrante da NATO, está apostada em reforçar aquilo que é o futuro desta organização, enquanto organização multilateral’, e o seu compromisso é absolutamente claro”, asseverou o chefe de Governo.
Interrogado sobre se o Presidente norte-americano pediu aos seus Aliados para respeitarem os 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em despesas na defesa a que se comprometeram durante a cimeira do País de Gales, em 2014 – em alusão a uma exigência feita recorrentemente pelo ex-presidente norte-americano, Donald Trump -, o primeiro-ministro referiu que a “agenda do Presidente Biden não era trazer problemas, era trazer soluções e respostas positivas”.
Apesar disso, Costa relembrou que “a generalidade dos países europeus”, entre os quais se encontra Portugal, “têm vindo a cumprir os compromissos que assumiram” no que diz respeito à meta dos 2% do PIB, e indicou que, no caso português, “ainda recentemente o Conselho de ministros aprovou decisões importantes em matéria de investimento nas capacidades marítimas e aéreas do país”.
Naquela que foi também a primeira cimeira de chefes de Estado e de Governo da Aliança após a consumação do ‘Brexit’, António Costa sublinhou que o Reino Unido reafirmou que se mantinha "parte integrante da NATO” e, do lado dos Estados-membros da União Europeia (UE), manifestou-se uma "vontade comum" de se “estreitarem as relações entre a UE e a NATO”.
“[Há a] vontade de haver uma cooperação cada vez mais próxima entre a UE e a NATO, designadamente em domínios que são de interesse comum, porque mobilizam quer a capacidade de recurso para defesa militar, mas também para a natureza civil, em particular, por exemplo, na área da cibersegurança”, frisou António Costa.
O primeiro-ministro considerou assim que a NATO sai da cimeira de hoje com um “espírito novo”, e “concentrada” no processo de reflexão NATO 2030, que visa projetar o futuro da Aliança e desembocar numa revisão do seu atual conceito estratégico.
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