“Não é algo que faremos deixando a população encurralada. Na verdade, faremos o contrário”, afirmou, numa altura em que a comunidade internacional tem advertido contra um ataque das forças israelitas nesta cidade, onde, segundo as Nações Unidas, estão deslocados quase 1,5 milhões de palestinianos.
Após o encontro, no gabinete do primeiro-ministro Netanyahu em Jerusalém, Scholz opôs-se a uma invasão terrestre de Rafah, o último porto seguro na Faixa de Gaza.
Segundo Israel, quatro batalhões do movimento islamita Hamas ainda estão ativos nesta cidade no sul do enclave, na fronteira com o Egito.
“Como se pode proteger mais de 1,5 milhões de pessoas, para onde podem ir?”, questionou o chanceler, que manifestou relutância não só por uma questão de “lógica militar”, mas sobretudo, como outras potências, incluindo os Estados Unidos, já alertaram, por uma questão humanitária.
Antes, no início da reunião do seu executivo, Benjamin Netanyahu tinha garantido que a pressão internacional não impedirá Israel de lançar uma ofensiva em Rafah.
“Nenhuma pressão internacional irá impedir-nos de alcançar todos os objetivos da nossa guerra [contra o Hamas]. Atuaremos em Rafah, levará algumas semanas, mas vai acontecer”, disse o primeiro-ministro israelita.
A Alemanha, desde os ataques do Hamas em 07 de outubro, tem estado entre os países que mais demonstraram solidariedade com Israel.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada após o ataque do Hamas no sul de Israel em 07 de outubro, que resultou na morte de pelo menos 1.160 pessoas, a maioria delas civis, e mais de 240 reféns, segundo as autoridades israelitas.
Israel respondeu com ataques intensos, que já fizeram mais de 31.600 mortos e acima de 73.600 feridos, de acordo com o Hamas, no poder no enclave palestiniano. Perto de 80% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza estão deslocados internamente, a esmagadora maioria em Rafah.
As Nações Unidas têm alertado para a iminência de fome generalizada no território palestiniano e quase 30 crianças morreram devido a nutrição aguda.
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