Netanyahu sublinhou que os Estados Unidos transferiram recentemente para a Ucrânia um conjunto de munições de artilharia “pouco conhecido” que estava em território israelita.
“Os Estados Unidos pegaram simplesmente numa grande parte das munições de Israel e reenviaram-nas para a Ucrânia. Israel também, francamente, age de formas que não vou aqui listar contra a produção de armas do Irão que são usadas contra a Ucrânia”, afirmou, destacando a possibilidade do envio do sistema de defesa antimísseis ‘Iron Dome’.
Netanyahu disse que está disposto a mediar o conflito que opõe Ucrânia e Rússia, se solicitado pelas partes e pelos Estados Unidos.
“Já estou aqui há tempo suficiente para saber que tem de haver um momento certo e as circunstâncias certas. Se as duas surgirem, certamente vou ter isso em consideração”, afirmou, citado pela agência noticiosa italiana ANSA.
Netanyahu acrescentou que foi convidado a mediar o conflito “num papel não oficial” depois de a Rússia ter invadido a Ucrânia, em fevereiro de 2022, alegando que não aceitou porque, na altura, estava na oposição.
O ‘Iron Dome’ é um sistema de defesa antiaérea desenvolvido pela Rafael Advanced Defense Systems, uma empresa de Israel, projetado para intercetar e destruir mísseis de curto alcance e bombas de artilharia.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e quase oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão, justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com o envio de armamento para Kiev e com a imposição de sanções políticas e económicas e Moscovo.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 7.110 civis mortos e 11.547 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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