O debate começou com Clara de Sousa a levantar a bandeira da economia e se este seria o tema onde era expectável que Cotrim capitalizasse, o candidato do IL não teve que o fazer. Foi talvez das suas intervenções mais curtas, mas não das menos eficazes. Depois de elogiar o tema ser trazido pela primeira vez, apenas lembrou que os pressupostos de liberdade e paz que levaram à construção da Europa não estavam cumpridos. E para não "ficar para trás", a Europa deve "manter os olhos na bola" e para isso a solução é colaborar dentro do mercado único para ganhar escala. “Esta facilidade de circular pessoas, ideias e capitais pode voltar a fazer a Europa crescer”, conclui.
A ideia da economia de escala valeu-lhe o riso jocoso de João Oliveira que apontou a falta de concorrência liberal no discurso. O candidato da CDU defende que se invista na re-industrialização de cada país e termina criticando a ideia de que a UE só pode competir com os EUA com crescimento em grande escala. “Isto contribui para mais coesão ou mais disparidades?”.
Tânger Correa defendeu a independência nacional e Pedro Fidalgo Marques põe as fichas todas no crescimento europeu - e para qualquer outro tema a discussão - na transição energética.
Durante o debate acerca da desinformação ficámos informados acerca da falta de propostas dos candidatos para combater a desinformação na Europa. Se para Tânger Correa e João Oliveira legislar é uma linha vermelha, para Pedro Fidalgo Marques esse é o caminho, contudo não mostrou o mapa para lá chegar. Cotrim filosofou, mas não passou da teoria à prática.
Pedro Fidalgo Marques começou até por apontar o caminho dizendo que se tem que "continuar este caminho de combate à desinformação através do investimento em novas tecnologias e inteligência artificial" (mais à frente usará a mesma solução para a defesa). Mas se o discurso começou escorreito, depressa virou para os direitos reprodutivos das mulheres atrapalhando-se a fazer passar a mensagem.
Mas um à parte à intervenção de Tânger Correia havia de fazer o candidato do PAN brilhar. O candidato do Chega começou por dizer que não havia linhas vermelhas à liberdade de expressão, depois foi buscar "os elementos destruídores da sociedade" como “as ideologias de género e os wokismos”, chegando a dizer que “as minorias estão a tomar conta do discurso político e da narrativa social” impondo-se às maiorias. Para depois acrescentar que nunca foi atacado por não defender uma minoria, o que nos remete para as últimas semanas e para todas as suas declarações: desde o momento em que defendeu Milošević, ao momento a que chegou a ser acusado de anti-semitismo, e aquele em que disse que os muçulmanos eram fáceis de controlar.
Também aqui Cotrim, que foi ao longo do debate fazendo comentários cirúrgicos para apontar as contradições dos outros candidatos, disse que iria a pensar para casa na ideia “do domínio das minorias”.
Já Cotrim Figueiredo resume dizendo que enquanto houver “tiranos e tiranetes imperialistas sanguinários” a Europa “tem obrigação de se defender, sob pena de entregar a Ucrânia, e outras regiões, a pessoas como Putin, amigas do PCP".
Na resposta João Oliveira pediu ao liberal que não fosse "ofensivo, nem mentiroso". Para depois, acerca das aspirações imperiais de Putin, dizer: “Acredito tanto nos planos na Rússia para controlar a Europa como acreditei nas armas de destruição massiva no Iraque”. Acusando esse discurso de ser "feito para alimentar a guerra”. “A propaganda de guerra há-de encontrar sempre formas sofisticadas para empurrar os povos para a Guerra”.
O debate B (que às vezes mais pareceu A) entre Cotrim e Oliveira foi interrompido para se ouvir Tânger Correa clarificar as suas posições acerca da Rússia, quando vai integrar na Europa uma família com partidos próximos e abertamente defensores de Putin. O candidato disse defender a Ucrânia de "corpo inteiro" apesar de alguns partido do IDF "terem essas ligações”.
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