As negociações das ações do Twitter foram suspensas em Wall Street "à espera de informações", depois da agência Bloomberg ter divulgado nesta terça-feira o possível (re)acordo de compra da rede social por parte de Elon Musk.
As operações ficaram congeladas por cinco minutos primeiro e o valor das ações disparou até 18% antes de uma nova suspensão.
Segundo a Bloomberg, Musk enviou uma carta ao Twitter na segunda-feira propondo a compra da plataforma por 54,20 dólares por ação, preço acordado inicialmente com o conselho da empresa. Segundo a rede CNBC, o acordo pode ser concluído entre sexta e segunda-feira.
As duas partes assinaram um contrato no final de abril, mas Musk quis, unilateralmente, deixar o pacto em julho.
A rede social abriu um processo para forçá-lo a honrar o seu compromisso, e parecia que tinha hipótese de vencer na Justiça.
"É um sinal claro de que Musk reconhece que as suas hipóteses de vencer o conselho (do Twitter) num tribunal de Delaware são muito pequenas, e que a compra por 44 mil milhões acontecerá de uma forma ou de outra", disse o analista Dan Ives, da Wedbush Securities.
Musk bombardeou o Twitter com críticas antes e depois da assinatura do acordo, acusando a rede de censurar utilizadores e de não combater suficientemente spam e contas falsas.
O bilionário, fundador da Tesla e da SpaceX, justificou a sua decisão de desistir do negócio de compra, afirmando que a proporção de contas automatizadas na rede social era muito superior aos 5% que a empresa tinha declarado.
Após solicitação do Twitter, a presidente do tribunal especializado de Delaware concordou em acelerar o processo, enquanto Musk queria esperar até 2023, tendo solicitado uma enorme quantidade de dados. Se confirmado, o julgamento será realizado entre 17 e 21 de outubro.
Musk pareceu ter ganhado terreno na sua causa quando Peiter Zatko, ex-chefe de segurança do Twitter, demitido em janeiro, acusou o grupo de grandes falhas de segurança no final de agosto num relatório enviado às autoridades norte-americanas.
No entanto, durante as audiências preliminares com a juíza, os seus advogados pareceram ter dificuldades em sustentar as acusações sobre contas falsas.
Um dos advogados do Twitter apresentou dois relatórios de empresas de análise de dados contratadas pelo empresário, Cyabra e CounterAction, que avaliaram o número de contas falsas em uma faixa de 11% para a primeira e 5,3% para a segunda.
"Nenhum dos relatórios chega nem perto de confirmar o que Musk disse ao Twitter e ao mundo inteiro em sua carta de 8 de julho", disse o advogado Brad Wilson durante uma audiência.
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