“Vai ter incómodo. Eu diria que esta obra é tão essencial para as nossas vidas que eu sei que tem incómodo, mas este é um incómodo para resolver o futuro e para nós não termos problemas de cheias para o futuro. É a nossa contribuição”, sublinhou Carlos Moedas.
Os pontos que poderão “incomodar” estão localizados na Avenida da Liberdade, em Santa Marta, na Avenida Almirante Reis e depois em Santa Apolónia, os quatro locais onde serão instalados estaleiros para construir furos que permitirão recolher o excesso de água que será escoada através de dois túneis até ao Tejo.
“Esta obra é essencial no ponto em que estamos e, portanto, é preciso ter essa paciência”, afirmou Carlos Moedas, assegurando que os responsáveis irão “tentar incomodar o menos possível”.
O autarca levou hoje os jornalistas ao Estaleiro de Campolide, na Quinta do Zé Pinto, onde estão a decorrer obras do Plano Geral de Drenagem de Lisboa (PGDL), e a ser montada a máquina tuneladora que irá ainda este ano começar a perfurar o primeiro e o maior dos dois túneis que vão levar o excesso de água das chuvas em Lisboa até ao Tejo.
Além dos quatro pontos onde serão instalados os estaleiros, o trabalho de escavação, segundo o autarca, será “uma obra invisível”, decorrendo a cerca de 70 metros abaixo de terra, mais abaixo do que acontece com, por exemplo, as obras do metro.
Tal como anunciado em julho de 2022, o objetivo da obra é construir dois túneis que levem o excesso de água para o rio Tejo, evitando as cheias que acontecem com frequência na cidade, que está construída em cima de leitos de rios e ribeiras.
“Aliás, aqui vários já o disseram, que as cheias que aconteceram no ano passado, se este túnel existisse, não teriam acontecido. Porquê? Porque as águas seriam apanhadas logo aqui, através do canal de Alcântara, e entravam neste túnel que vai até Santa Apolónia, portanto estas cheias não aconteceriam”, disse o autarca.
A tuneladora H2O, com cinco metros e meio de diâmetro, equivalente a “um prédio de mais de dois andares” e construída à medida na China, vai abrir os túneis, um de cinco quilómetros, entre Campolide e Santa Apolónia, e outro de um quilómetro, de Chelas ao Beato, que custarão 130 milhões de euros.
O túnel maior deve estar construído até final de 2024 e o mais pequeno até ao final do primeiro semestre de 2025, embora esta não seja uma garantia.
“Uma obra desta dimensão, obviamente, terá atrasos. É normal que tenha, mas este é o cronograma que temos”,afirmou Carlos Moedas.
O PGDL é considerado um projeto fundamental para Lisboa e tem como objetivo proteger a cidade de fenómenos extremos de precipitação, cheias e inundações.
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