“Abundam as especulações e acusações sobre um possível conflito militar. Independentemente do que se acredite sobre a perspetiva de tal confronto, a realidade é que a situação atual é extremamente perigosa”, referiu a secretária-geral adjunta da ONU para as Questões Políticas, Rosemary DiCarlo.

Para a diplomata norte-americana “não há alternativa à diplomacia” e todos os países têm de cumprir a Carta das Nações Unidas, evitando ameaças ou uso da força contra a “integridade territorial ou independência política de qualquer Estado”.

A secretária-geral adjunta da ONU falava na abertura da reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, dedicada à situação na Ucrânia e aos receios dos países ocidentais de que a Rússia prepara uma invasão iminente àquele país.

Os Acordos de Minsk, adotados desde 2014 para a resolução do conflito no leste da Ucrânia são interpretados de uma forma diferente por Moscovo e Kiev e nunca foram totalmente implementados.

DiCarlo lamentou a falta de progresso nestes acordos e manifestou preocupação com “relatos de novas violações do cessar-fogo nas últimas horas através da linha de contacto”.

“Apelamos a todas as partes para que exerçam a máxima contenção neste momento sensível”, insistiu.

O exército ucraniano e as forças separatistas pró-Rússia acusaram-se hoje mutuamente de bombardeamentos e de uma escalada de tensão no leste da Ucrânia, região em conflito desde 2014, em plena crise entre Moscovo e o Ocidente.

A reunião do Conselho de Segurança, agendada anteriormente, ganhou especial relevância com os acontecimentos dos últimos dias.

Os Estados Unidos insistiram hoje que não vêm nenhuma evidência da retirada anunciada das unidades militares russas posicionadas perto das fronteiras da Ucrânia.

“A evidência no terreno é que a Rússia está a mover-se em direção a uma invasão iminente. Este é um momento crucial”, realçou a embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, decidiu mudar a sua agenda à última da hora, para participar hoje da sessão do Conselho de Segurança antes de voar para a Alemanha, para participar da Conferência de Segurança de Munique.