A Missão Internacional Independente de Levantamento de Factos sobre o Irão apresentou as conclusões num amplo relatório inicial da sua investigação ao Conselho de Direitos Humanos da ONU.
A investigação da ONU “estabeleceu a existência de provas de trauma no corpo de Amini, infligido enquanto estava sob custódia da polícia da moralidade” iraniana.
“Com base nas evidências e nos padrões de violência por parte da polícia da moralidade na aplicação das normas referentes ao uso ‘hijab’ (véu islâmico), obrigatório às mulheres, a missão está convencida de que Amini foi submetida a violência física que levou à sua morte”, afirmou o documento.
O relatório da ONU, no entanto, não culpa ninguém em específico neste caso.
O Irão negou ser responsável pela morte de Mahsa Amini ou que a jovem tenha sido espancada.
Mahsa Amini, 22 anos, morreu em 16 de setembro de 2022, após ser detida pela polícia da moralidade iraniana por supostamente não usar o seu ‘hijab’ de forma adequada.
A jovem foi levada ao centro de detenção de Vozara para passar por uma “aula de reeducação”, mas teria desmaiado 26 minutos depois e foi levada a um hospital, onde morreu, segundo o relatório.
A repressão aos protestos no país pela morte de Mahsa Amini durou meses, matando mais de 500 pessoas e a detenção de mais de 22 mil.
O documento referiu que o Irão recorreu ao “uso desnecessário e desproporcional de força letal” para reprimir as manifestações que eclodiram após a morte de Amini e que as forças de segurança iranianas atacaram sexualmente os detidos.
As autoridades iranianas não responderam ao pedido de comentário sobre a investigação realizada pela agência de notícias Associated Press (AP) sobre as conclusões da missão.
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