Nem Carlos Santos Silva nem a sua advogada Paula Lourenço prestaram declarações aos jornalistas.
O procurador do Ministério Público Rosário Teixeira, um dos responsáveis pela acusação da Operação Marquês, disse apenas que não espera nada de novo no interrogatório de hoje do empresário, que esteve ligado ao grupo de construção civil Lena.
Carlos Santos Silva é, segundo o MP “testa-de-ferro” de Sócrates tendo colocado nas suas contas, nomeadamente na Suíça, dinheiro do antigo primeiro-ministro.
A defesa alega que a prova obtida na averiguação preventiva no âmbito de processos administrativos é nula por intromissão na sua vida privada, falta de controlo do MP e pela não exportação de toda a prova para a fase de inquérito.
Para o Ministério Público, o Grupo Lena obteve benefícios comerciais graças à atuação de José Sócrates enquanto primeiro-ministro e Carlos Santos Silva "interveio como intermediário de José Sócrates em todos os contactos com o referido grupo".
O empresário disponibilizou "sociedades por si detidas" para receber quantias destinadas a Sócrates. A justificação pela mudança de mãos do dinheiro passava pela "prestação de serviços".
Hoje Carlos Santos Silva, de 58 anos, começa a sua defesa contra a acusação de corrupção passiva e ativa, branqueamento de capitais (17 crimes), falsificação de documentos (10), fraude fiscal e fraude fiscal qualificada (3).
Em outubro, no seu interrogatório na fase de instrução, em outubro, o ex-primeiro-ministro disse que o amigo era “honestíssimo” e que lhe emprestou dinheiro, tendo-lhe já devolvido 250 mil euros.
A Operação Marquês teve início a 19 de julho de 2013 e culminou na acusação a 28 arguidos - 19 pessoas e nove empresas - pela prática de quase duas centenas de ilícitos económico-financeiros.
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