Numa nota de imprensa enviada à Lusa, a Câmara de Santo Tirso afirma ter recebido um “manifesto” em que os 14 presidentes das juntas de freguesia, representando o PS, o PSD e independentes, assumem “total apoio” ao presidente da autarquia, Alberto Costa, que era vice-presidente da autarquia e assumiu a presidência após Joaquim Couto, arguido da Operação “Teia”, ter renunciado no domingo ao cargo.
“Todos os presidentes de junta das 14 freguesias concordam que a solução encontrada “é a que melhor serve os interesses das freguesias e permitirá dar continuidade ao trabalho que estava a ser desenvolvido”, diz a Câmara de Santo Tirso.
Durante a semana, vários partidos criticaram a escolha de Alberto Costa, alertando, como fez o PSD, que este também foi “constituído arguido” devido à operação “Dennis”, que em dezembro desarticulou uma “associação criminosa” por crimes de fraude fiscal, branqueamento, recebimento indevido de vantagem e participação económica em negócio, entre outros, no Norte do país.
Agora, no manifesto enviado à Câmara de Santo Tirso, os 14 presidentes de junta assumem “total apoio” a Alberto Costa.
De acordo com aquela autarquia, “no documento constam as assinaturas dos presidentes de junta de freguesia de Monte Córdova, Andreia Correia (eleita pela coligação PSD/CDS-PP); de Vilarinho, Jorge Faria (eleito no movimento independente “Unidos por Vilarinho”); ou da União de Freguesias de Santo Tirso, Couto e Burgães, Jorge Gomes (eleito pelo PS).
De acordo com a autarquia, no manifesto, os autarcas lembram que, “na qualidade de vice-presidente”, Alberto Costa “já tinha o pelouro da ligação às juntas de freguesia”.
Os presidentes de junta de freguesia sublinham ainda “o relacionamento franco, frontal e de proximidade do atual presidente da Câmara”, descreve o município.
“Por fim, os presidentes de junta de freguesia desejam as maiores felicidades a Alberto Costa no exercício do cargo, certos de que desempenhará as novas funções com sentido de serviço público e defesa dos interesses de toda a população”.
Dez das juntas de freguesia de Santo Tirso são presididas pelo PS, duas pelo PSD/CDS e duas por movimentos independentes, revelou a autarquia.
A operação "Teia" centra-se nas autarquias de Santo Tirso e Barcelos bem como no Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto e investiga suspeitas de corrupção, tráfico de influência e participação económica em negócio, traduzidas na "viciação fraudulenta de procedimentos concursais e de ajuste direto", segundo comunicado da Diretoria do Norte da Polícia Judiciária, o órgão de polícia criminal que apoia o Ministério Público neste caso.
(Notícia corrigida às 15h48 - Altera o nome do presidente da Câmara para Alberto Costa, que por lapso tinha sido referido como Alberto Castro)
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