A aluna que tem ido a todas as reuniões deste género, começa por explicar que o evento, onde estariam mais ao menos 200 alunos e uma professora, era interdito a jornalistas e que era uma coisa "dos estudantes para os estudantes". Contudo, o evento estava na agenda da Lusa com a nota de que apenas não seria permitido captar imagens dentro da sala, mas nada dizia quanto à presença de jornalistas. Uma prática comum na cobertura de alguns trabalhos. A aluna explica ao SAPO24 que o objetivo era que o evento "não se tornasse uma convenção", e que fosse uma "coisa mais descontraída sem propaganda política".
Conta que passados quinze minutos do início do colóquio, há um aluno que se apercebe da presença de um jornalista. Segundo a aluna, que estava perto do jornalista do Expresso, os membros da organização pediram que este saísse de forma cordial, mas insistente. O jornalista vê-se impedido de fazer o seu trabalho e começa a ficar alterado, "começou a tremer das mãos".
A aluna da Católica assegura que apenas os membros da organização estavam com o jornalista e que nenhum membro do staff do Chega se aproximou. Mas o SAPO24 sabe que o segurança de André Ventura também ajudou os alunos a expulsar o jornalista da sala. E, quando confrontada com esta informação, diz que se lembra, afinal, de ver não o segurança, mas sim o assessor de imprensa do Chega, ainda que sem certezas.
A altercação entre alunos e jornalista, dá-se porque este se recusa a sair da sala e, por essa altura, diz a aluna que o tom de voz de todos e as chamadas de atenção tornavam impossível que não se percebesse o que estava a acontecer na sala. Principalmente porque o jornalista começa a chamar insistentemente André Ventura. "E é aí que dois membros da organização o tiram para fora, mas ninguém lhe agarrou nos pés. Ele foi agarrado e metido na rua, simplesmente isto". O SAPO24 tomou conhecimento que o jornalista, depois de ter sido expulso da sala, foi interpelado pelo segurança de Ventura que questionou "se precisava de algo para se sentir melhor" e que acompanhou todo o processo.
A aluna reconhece ainda que o material do jornalista ficou dentro da sala, mas que imediatamente depois da sua expulsão duas alunas ter-lhe-ão levado a mochila e o computador ao exterior.
Enquanto tudo isto acontecia, a aluna diz que André Ventura ignorou a situação e continuou a falar, embora não se lembre da reação em particular, diz que o líder do Chega não ligou ao que acontecia nem "reagiu de forma especial". Importa lembrar que, ontem, o Conselho de Redação do Expresso "lamentou que um líder partidário candidato a primeiro-ministro tenha assistido a esta agressão sem nada dizer ou fazer para a impedir."
Dois dias depois do sucedido, a aluna diz que o tema tem sido falado na Católica. "Achamos deplorável que se tenha revelado o nome do aluno. Não percebo a relevância de o terem feito". Até porque, para ela e para os seus colegas, afirma, o que aconteceu não configura agressão, nem entrave à liberdade de expressão.
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