“Nunca fui militante do Chega. Concorri [à autarquia] como independente pela lista do Chega”, frisou, referindo que deixou de representar o partido e passou a ser vereadora independente inscrita na Câmara de Moura, no distrito de Beja.
A vereadora disse que já comunicou a decisão ao presidente do Chega, André Ventura, ao presidente da Câmara de Moura, o socialista Álvaro Azedo, e à mesa da Assembleia Municipal de Moura.
Cidália Figueira, que encabeçou a lista do Chega à câmara e foi a única vereadora eleita pelo partido, explicou que a decisão, que revelou publicamente numa entrevista ao jornal A Planície, de Moura, foi motivada por “divergências políticas” durante a campanha eleitoral com “outros candidatos” do Chega em Moura e com a distrital de Beja.
“Os outros candidatos não me apoiaram e nunca participavam nas iniciativas que eu agendava”, queixou-se, indicando que reportou as situações à distrital de Beja do partido.
“A distrital de Beja não dava a devida importância e não me deu qualquer apoio” e, por isso, “não foi correta comigo”, alegou.
Por isso, Cidália Figueira contou que começou “a dar conhecimento das situações que iam ocorrendo ao longo da campanha a André Ventura”, o que de “pouco adiantava”.
Cidália Figueira disse que, na véspera da tomada de posse, teve uma reunião com o presidente do Chega, na qual fizeram “o balanço da campanha”.
Na reunião, “André Ventura disse que iríamos sanar e pôr um ponto final nos desentendimentos e recomeçaríamos com um capítulo diferente e com outro entendimento”, argumentou.
“No entanto, não foi isso que se verificou, tanto mais que ele continua a apoiar os outros eleitos, a mim não”, lamentou.
Segundo Cidália Figueira, no passado dia 16 de outubro, na tomada de posse dos novos eleitos para os órgãos autárquicos de Moura, dos seis eleitos pelo Chega na assembleia municipal, só o segundo eleito, Rui Pedro Rodrigues, que “sempre” a apoiou e “apoia”, é que a cumprimentou.
Dos restantes, “ninguém me cumprimentou, incluindo André Ventura”, que tomou posse como 1.º eleito do partido na Assembleia Municipal de Moura, disse, rematando: “Para mim, foi um basta nesse dia”.
Contactada pela Lusa, Ana Moisão, vice-presidente da distrital de Beja (está sem presidente) remeteu declarações sobre o assunto para mais tarde.
O PS foi o partido mais votado em Moura nas autárquicas de 26 de setembro, obtendo 40,31% dos votos e três eleitos na corrida para a câmara.
A CDU surge logo atrás, com 38,97% dos votos e o mesmo número de eleitos (três), ficando o executivo completo com o mandato ganho e agora perdido pelo Chega, com 14,35% da votação.
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