1. Indústria de combustíveis fósseis recebe 5.9 biliões de dólares por ano
A indústria de combustíveis fósseis recebe subsídios de 11 milhões de dólares (cerca de 9.5 milhões de euros) a cada minuto, de acordo com um novo estudo do Fundo Monetário Internacional.
Isto equivale a cerca de 5.9 biliões de dólares (cerca de 5 biliões de euros) por ano numa indústria que produz petróleo, gás e carvão num momento em que cortes imediatos nas emissões são necessários.
O jornalista Jeff Goodell faz um curto, grosso e direto resumo dos últimos 30 anos de política climática global: “Os ricos poluem. Os pobres sofrem. E os ricos não querem saber”.
Para ler na íntegra em Rolling Stone
2. Pelo menos 85% da população mundial já foi afetada pelas mudanças climáticas, revela um novo estudo
Segundo um novo estudo publicado na Nature Climate Change, pelo menos 85% da população mundial já passou por um evento climático relacionado com as mudanças climáticas, como ondas de calor, cheias ou secas.
Cientistas usaram machine learning para analisar mais de 100 mil estudos sobre mudanças climáticas e descobriram que o aquecimento global afetou 80% das terras mundialmente.
Os investigadores associaram a análise a um conjunto de dados bem estabelecido de mudanças de temperatura e precipitação causadas pelo uso de combustíveis fósseis e outras fontes de emissões de carbono.
"Temos agora uma enorme base de provas que documentam como as alterações climáticas estão a afectar as nossas sociedades e os nossos ecossistemas", disse o autor principal Max Callaghan, investigador do Instituto Mercator Research Institute.
Para ler na íntegra em The Washington Post
3. Potencial de Aquecimento Global diminuiu 4,7% em 2019
O Potencial de Aquecimento Global (GWP, sigla em inglês) diminuiu 4,7% em 2019 e o de Acidificação 1,8%, enquanto a atividade económica continuou a crescer, anunciou na quarta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE) ao divulgar a Conta das Emissões Atmosféricas. O potencial de formação de ozono troposférico aumentou 0,2%, segundo a mesma fonte.
“À semelhança do ano anterior, observou-se um decréscimo do Potencial de Aquecimento Global e um crescimento da atividade económica (em 2019 o Valor Acrescentado Bruto cresceu, em termos reais, 2,6%). Esta dissociação refletiu simultaneamente as reduções da intensidade energética e da relação entre emissões e a procura de energia”, lê-se no documento do INE.
O Potencial de Aquecimento Global atingiu 66,2 milhões de toneladas de equivalente de CO2 em 2019, um resultado determinado pelo comportamento das emissões de Dióxido de Carbono (CO2), dado que as emissões dos restantes gases aumentaram, de acordo com a análise do INE.
O ramo de atividade económica que mais contribuiu para este potencial foi a energia, água e saneamento (25,2%), como vem acontecendo desde 1998. Relativamente a 2018, este foi também o ramo de atividade que mais reduziu as emissões (-22,3%).
Os setores da energia, água e saneamento e indústria perfazem no total 53,4% das emissões de CO2. A Agricultura, a silvicultura e a pesca emitiram as maiores quantidades de metano e óxido nitroso (75,7% e 48,5%, respetivamente).
“Em 2019, a Intensidade Carbónica da economia portuguesa foi a menor desde 1995, tendo decrescido 7,1% relativamente ao ano anterior. Entre 2010 e 2019, decresceu 13,1%“, referem os técnicos no relatório hoje divulgado.
A diminuição da intensidade das emissões em 2019 deveu-se, essencialmente, à redução observada na energia, água e saneamento (-19,1%). “Contudo, no período compreendido entre 2010 e 2019, na energia, água e saneamento foi onde se registou a menor diminuição da intensidade das emissões (-3,0%), em comparação com os decréscimos na indústria (-21,4%), na construção (-10,4%), na agricultura, silvicultura e pesca (-6,4%) e nos transportes, informação e comunicação (-3,2%)“, refere o INE.
Apesar do aumento do peso da produção de energia eólica e solar fotovoltaica desde 2005, a fonte hídrica “continuou a apresentar um peso significativo” na produção de energia elétrica a partir de fontes renováveis.
Mesmo com uma grande redução da produção da energia hídrica (-24,1%) devido às condições climatéricas, a dissociação refletiu “a forte redução do consumo de carvão”, que diminuiu 48,1% relativamente ao ano anterior, ao mesmo tempo que as produções de energias eólica, geotérmica e fotovoltaica aumentaram, no conjunto, 9,5%.
4. Reino Unido tem uma das biodiversidades mais pobres do mundo
O Reino Unido tem apenas cerca de metade da sua biodiversidade restante, muito abaixo da média global de 75%, tornando-se assim num dos países com a natureza mais pobre do mundo, de acordo com novos dados. O país está nos últimos 10% a nível mundial e em último lugar entre o grupo de nações do G7.
Segundo os investigadores, a baixa posição do Reino Unido na tabela classificativa está ligada à revolução industrial, que transformou a paisagem.
A biodiversidade traz inúmeros benefícios para os humanos, incluindo oxigénio, água e alimentos. Agora, está a diminuir mais rápido do que em qualquer outro momento da história.
Para ler na íntegra em BBC
Por cá: OE2022. Governo quer próximo ano "dedicado à natureza"
A proposta do governo para o Orçamento do Estado 2022 (OE2022) na área do Ambiente pretende que o próximo ano seja “dedicado à natureza”.
O Governo quer dar primazia à execução das medidas de concretização previstas na Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e da Biodiversidade 2030 (ENCNB 2030), nomeadamente na recuperação de ecossistemas degradados por impactos severos e na proteção de habitats de espécies ameaçadas.
Na proposta de OE2022 é também inscrita a continuação de iniciativas para mitigar e adaptar o país às alterações climáticas, acelerando a transição energética, a mobilidade sustentável, a economia circular e a valorização do capital natural, passando pelos recursos endógenos, do território e das florestas, “fomentando o investimento sustentável e promovendo iniciativas facilitadoras desta transição, como o financiamento sustentável, a fiscalidade verde e a educação energética e ambiental”.
Em 2022, o Governo pretende promover a realização de roteiros regionais para a neutralidade carbónica, promover comunidades sustentáveis, em articulação com os municípios, bem como medidas que envolvam empresas na descarbonização, e desenvolver roteiros para a descarbonização da indústria.
No próximo ano, continuam também a eliminar-se incentivos prejudiciais ao ambiente, como as isenções associadas ao uso de combustíveis fósseis e as isenções de taxa de carbono.
Na área dos recursos geológicos e mineiros, será lançado o concurso público para atribuição de direitos de prospeção e pesquisa de depósitos minerais de lítio e minerais associados, continuará a reabilitação de antigas minas e as ações do Plano de Intervenção das Pedreiras em Situação Crítica.
Já na política de resíduos, o Governo promoverá no próximo ano “a operacionalização das medidas previstas no novo ciclo de planeamento preconizado até 2030 no Plano Nacional de Gestão de Resíduos (PNGR), no Plano Estratégico de Resíduos Não Urbanos (PERNU) e no Plano Estratégico de Resíduos Urbanos (PERSU), ambos para 2030”.
Além disso, quer reduzir a produção e perigosidade dos resíduos, promover a recolha seletiva dos resíduos e o seu tratamento adequado, com um novo Plano de Ação para a Economia Circular (PAEC). E prossegue a estratégia dos biorresíduos, já que 2022 é o último ano para implementar os sistemas de recolha de biorresíduos, obrigatórios a partir de 2023.
Já na qualidade do ar, continuam os planos de melhoria da qualidade do ar e estará a funcionar a Estratégia Nacional para o Ruído Ambiente (ENRA).
E continuarão também os investimentos na rede hidrográfica, sendo promovidos até final de 2023 cerca de 30 projetos de reabilitação e valorização fluvial, numa extensão de linhas de águas a beneficiar de cerca de 150 quilómetros, em aproximadamente 50 massas de água.
Na área da conservação da natureza, florestas e ordenamento do território, prosseguem os programas que têm vindo a ser desenvolvidos e será atribuído pela primeira vez atribuído, no Dia Internacional das Florestas, o Prémio Nacional das Florestas. Será também atribuído pela primeira vez o prémio nacional para as melhores práticas em bem-estar dos animais de companhia.
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