No ponto 12 do comunicado de posição conjunta dos países do G7, emitido pela Casa Branca, no qual são referidas as sanções que têm sido impostas à Rússia devido à sua invasão da Ucrânia, os sete comprometem-se na alínea a) a deixar de importar petróleo russo.

"Nós comprometemo-nos a terminar a nossa dependência de energia russa, inclusive ao acabar ou banir a importação de petróleo russo. Nós certificar-nos-emos de que isto será feito de forma ordenada e oportuna, e de formas em que daremos tempo ao mundo de assegurar fornecimento alternativo", lê-se no comunicado.

"Isto será um duro golpe para a principal artéria da economia de Putin e negar-lhe-á o financiamento necessário para financiar a sua guerra", acrescentou a nota.

O texto não especifica quais compromissos foram assumidos pelos membros do G7 (França, Alemanha, Canadá, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos), que realizou neste domingo a sua terceira reunião do ano por videoconferência, com a participação do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.

A escolha da data é altamente simbólica, pois comemora-se o fim da Segunda Guerra Mundial na Europa. A reunião também foi realizada na véspera do desfile militar na Rússia, em 9 de maio, marcando a vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazi.

O Ocidente até agora mostrou uma coordenação muito próxima nos seus anúncios de sanções contra Moscovo. No entanto, não avança ao mesmo ritmo quando se trata de petróleo e gás russos.

Os Estados Unidos, que não eram grandes consumidores do petróleo russo, já proibiram a sua importação. Já os membros da União Europeia, pressionados a aplicar esta medida, são muito mais dependentes da Rússia.

Neste sentido, a UE tem continuado, neste domingo, as intensas negociações para estabelecer um embargo ao petróleo russo.

Enquanto isso, os Estados Unidos também anunciaram novas sanções contra a Rússia, que afetam os media e o acesso de empresas e grandes fortunas russas a serviços de consultoria e contabilidade, tanto americanos quanto britânicos, que são os grandes especialistas mundiais.

Ao incluir na sua lista o Channel One Russia, a emissora de televisão Russia-1 e a NTV Broadcasting Company, Washington proíbe qualquer empresa dos EUA de financiá-los por meio de publicidade ou vender equipamentos. "Nenhuma empresa americana deve envolver-se no financiamento da propaganda russa", disse um alto funcionário da Casa Branca, que pediu anonimato.

Também proibiu os serviços de "auditoria, gestão, consultoria, serviços de marketing, todos os serviços usados para operar empresas multinacionais, mas também potencialmente para evitar sanções ou esconder riquezas adquiridas de forma perversa", informou a mesma fonte.

O funcionário ressalvou ainda que, enquanto os europeus têm laços industriais mais estreitos com a Rússia, os Estados Unidos e o Reino Unido, por outro lado, dominam o universo dos serviços, nomeadamente através dos "Big Four", os quatro gigantes mundiais da auditoria e consultoria: Deloitte, EY, KPMG e PwC.

Washington também anunciou novas proibições à exportação de produtos dos EUA para a Rússia, de todos os bens de capital, desde escavadoras até sistemas de ventilação e caldeiras.

Finalmente, anunciou a imposição de restrições de visto a 2.600 personalidades russas e bielorrussas, bem como sanções contra funcionários dos bancos Sberbank e Gazprombank.

O Presidente norte-americano, Joe Biden, já tinha anunciado uma reunião esta semana do G7, sem dar uma data precisa, sobre possíveis sanções adicionais contra a Rússia.

“Estamos sempre abertos a sanções adicionais, e consultei os membros do G7 esta semana sobre o que vamos fazer ou não fazer”, disse Biden na quarta-feira, na Casa Branca.

Criado em 1975, o grupo dos países mais industrializados integrou a Rússia até 2014, quando o país foi afastado por ter invadido e anexado a península ucraniana da Crimeia.