"No seu país, as pessoas têm três, quatro ou cinco filhos, é um exemplo para todos os países, enquanto alguns preferem ter apenas um gato, ou um pequeno cachorro. Isto não pode dar certo", declarou num discurso no Palácio Presidencial.

O presidente indonésio, Joko Widodo, reagiu com risos, e o papa ironizou: "não é verdade?".

O jesuíta argentino iniciou na terça-feira uma visita de três dias a Jacarta, parte de um longa viagem que inclui Papua-Nova Guiné, Timor Leste e Singapura.

Nas redes sociais, os indonésios reagiram rapidamente às declarações do Papa, afirmando que alguns preferiam sua carteira a um ser humano.

"Porque não é preciso pagar as mensalidades escolares dos cães até os 20 anos de idade", escreveu um utilizador no X.

Outros consideraram que o futuro da Indonésia, onde vivem 280 milhões de habitantes, é mais sombrio do que o Papa acredita, já que a taxa de natalidade do país está a diminuir. Segundo o Banco Mundial, reduziu mais da metade desde a década de 1960.

"O Papa não sabe que muitas pessoas na Indonésia já optam por não ter filhos", observou outro internauta no X.

"Em poucos anos, a Indonésia será como o Japão", cuja taxa de natalidade atingiu mínimos históricos no ano passado, acrescentou.

Desde a sua nomeação em 2013, Francisco já mencionou várias vezes o "inverno demográfico" e incentivou as pessoas a terem filhos. Segundo o próprio, cães e gatos "não faltam", enquanto crianças sim.

"O problema do nosso mundo não é o nascimento das crianças, é o egoísmo, o consumismo e o individualismo", declarou em maio.

Em janeiro de 2022, ele já tinha lamentado que "cães e gatos ocupassem o lugar das crianças".

"Isso pode fazer-te rir, mas é uma realidade", disse ele.