Em comunicado divulgado hoje, a ANAC garante que tem estado a monitorizar a situação, designadamente quanto aos voos cancelados e à assistência prestada aos passageiros pela companhia.
De acordo com o regulador do sector da aviação, e conforme e Lusa noticiou na segunda-feira, os passageiros têm direito a assistência (refeições e bebidas, alojamento quando necessário e comunicações) e indemnização.
Neste contexto, a ANAC recomenda apresentação de uma reclamação formal junto da Ryanair, através do seu ‘site’ (na área de apoio ao cliente) ou através de carta dirigida à sede da transportadora, com o nome do passageiro, número de voo, data e hora do voo, aeroporto de partida e de chegada e o aeroporto onde ocorreu o atraso ou cancelamento.
Ao fim de seis semanas, se não obtiver resposta da Ryanair ou se a resposta da transportadora não for satisfatória, os passageiros devem reencaminhar a queixa para o regulador.
A associação Deco alertou na segunda-feira para o facto de os passageiros da Ryanair terem direito a indemnizações até aos 400 euros por viagem cancelada, além do reembolso ou remarcação da viagem e refeições/alojamento.
A companhia aérea irlandesa de baixo custo anunciou na passada sexta-feira, em Dublin, o cancelamento de 40 a 50 voos por dia durante seis semanas, até ao final de outubro, num total de cerca de 2.000 voos, com o objetivo de “melhorar a sua pontualidade”, que diz ter caído “abaixo de 80%” nas duas primeiras semanas de setembro.
Na segunda-feira, o presidente-executivo da Ryanair, Michael O’Leary, assegurou que o cancelamento de voos nas próximas seis semanas não se deve a falta de pilotos, mas a um “erro” na distribuição de férias, tendo assumido “toda a responsabilidade pessoal”.
Numa conferência de imprensa realizada em Dublin, sede da companhia aérea, O’Leary pediu desculpas aos milhares de passageiros que serão afetados por esta medida, mas insistiu que apenas serão afetados 2% de todos os voos da companhia, líder na Europa no setor ‘low cost’ (baixo custo).
“Não temos falta de pilotos. Houve uma falha na distribuição das férias e não temos uma reserva de pessoal suficiente para enfrentar os transtornos sofridos, como os provocados por controladores ou pela climatologia”, explicou o dirigente.
Segundo O’Leary, faltam pilotos e pessoal de cabine para substituir os que estão de férias em setembro e outubro ou para substituir as equipas de voo que ficam retidas, como aconteceu em Barcelona no passado fim de semana, devido a “uma tempestade”.
Neste contexto, “temos que suspender cerca de 50 voos” diários durante as próximas seis semanas, “enquanto temos estes problemas” com o pessoal, para corrigir a pontualidade, apontou, citado pela agência Efe.
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