Pedro Duarte, atualmente sem cargos no partido, defende na entrevista ao Expresso que hoje estará nas bancas que “o PSD, tão cedo quanto possível, deve mudar de estratégia e de liderança”.
E justifica: “O PSD desistiu de apresentar uma alternativa ao PS e está empenhado em substituir o BE e o PCP no apoio ao Governo socialista”.
Diz mesmo que esta estratégia (de Rui Rio) não foi sufragada nas eleições diretas do partido e que “os militantes pensavam estar a escolher um candidato a primeiro-ministro, mas na verdade escolheram um candidato a vice-primeiro-ministro”.
Quando questionado sobre se está disponível para ser candidato à liderança contra Rui Rio responde sem rodeios: “Sim. Estou preparado para liderar uma nova estratégia no PSD e uma nova esperança para o país, em nome do interesse nacional”.
Em vários momentos da entrevista, o ex-deputado explica que o problema não está na opção estratégica de Rui Rio, mas sim no facto de essa estratégia não ter sido sufragada pelos militantes.
“Não peço a Rui Rio que mude as suas convicções. Coisa diferente é ele ter sentido democrático e submeter essa sua visão ao sufrágio de quem ele tem de representar, tendo em conta que não foi isto que o PSD sufragou há poucos meses. Eu não contesto a sua legitimidade formal, mas contesto a legitimidade política”, afirma Pedro Duarte.
O antigo secretário de Estado da Juventude do Governo de Durão Barroso diz não ter pensado como é que pode forçar este novo debate interno no partido, recusando criar manobras conspirativas, mas disponível para afirmar o que pensa e “desafiar a liderança do PSD e o partido para que faça esta reflexão”.
Rui Rio foi eleito presidente do PSD em 13 de janeiro, em eleições diretas, derrotando com 54% dos votos Pedro Santana Lopes, completando no domingo 100 dias em funções.
Comentários