Nanci Pelosi aterra em Taiwan, contrariando a vontade da China. Os EUA prosseguem a sua estratégia de apoio a Taiwan ao "enviarem" Nancy Pelosi à ilha que outrora pertenceu à China. Pequim considera Taiwan uma de suas províncias que ainda não conseguiu reunificar com o restante do seu território desde o fim da guerra civil chinesa. O regime cita reiteradamente a possibilidade de recuperá-la, inclusive pela força se considerar necessário.
Esta ilha de 23 milhões de habitantes convive com o temor de uma invasão, ameaça que se tornou mais intensa com a presidência de Xi Jinping.
A visita de Pelosi tem sido vista como uma "provocação" e “perigosa”, classificou o embaixador chinês na ONU, Zhang Hun, em declarações a jornalistas. "Se os Estados Unidos insistem em fazer a visita, a China tomará medidas firmes e fortes para salvaguardar nossa soberania e integridade territorial", acrescentou o representante citado pela AFP.
A Rússia também repudiou a visita da diplomata ao acusar o governo dos Estados Unidos de "desestabilizar o mundo" e provocar tensões a respeito de Taiwan. "Washington desestabiliza o mundo. Nem um único conflito solucionado nas últimas décadas, mas muitos provocados", afirmou na rede Telegram a porta-voz do ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.
Por sua vez, a Casa Branca defende que a presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, tem o "direito" de visitar Taiwan. "Não há motivo para que Pequim transforme uma possível visita, coerente com a política americana há tempos, em uma crise", declarou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby.
A tournée pela Ásia inclui a Malásia, Coreia do Sul e Japão
Depois de deixar a Malásia, nesta terça-feira, a presidente da Câmara Baixa americana, de 82 anos, visita a Coreia do Sul e o Japão, de acordo com o plano oficial da viagem. Taiwan não constava nesse plano. À saída de Kuala Lumpur, Pelosi reafirmou o "comprometimento com um amplo leque de discussões sobre a maneira de alcançar os objetivos comuns e tornar segura (a região do) Indo-Pacífico". Kirby refere que a decisão em visitar Taipé foi tomada pela própria.
Pelosi é a principal autoridade americana a visitar Taiwan desde Newt Gingrich, então presidente da Câmara de Representantes, em 1997. Uma visita, histórica, que está desencadear o aumento da presença de forças militares chinesas no estreito de Taiwan.
Assim que o avião de Nancy Pelosi começou a sobrevoar o espaço aéreo, "caças Su-35 chineses começaram a cruzar o estreito de Taiwan", que separa a China continental da ilha reivindicada por Pequim. De acordo com a televisão estatal chinesa CGTN, "sirenes de defesa foram acionadas na região de Fujian, na China.
(Artigo atualizado às 16h20)
*com agências
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