Segundo a edição de hoje do Jornal de Notícias, a Polícia Judiciária está no encalço de Leila Lakel, estudante de arte francesa que terá pintado mensagens com 20 metros de comprimento no Padrão dos Descobrimentos no passado domingo.
As autoridades portuguesas identificaram Lakel como a responsável porque a mesma gravou um vídeo do "graffiti" depois de o finalizar e partilhou-o nas suas redes sociais com a legenda "Está feito. Adeus, Lisboa".
Apesar de ter apagado a conta, o vídeo esteve tempo suficiente online para a PJ identificar a autoria e relacionar a pichagem com outras já feitas noutros locais, tendo como elo em comum a assinatura de Lakel, "LIA".
Agora, adianta o JN que a estudante, apesar de ter abandonado o país antes de ser detida, está a ser perseguida pela PJ, que vai ativar mecanismos de cooperação internacional, podendo até emitir um mandado de detenção europeu.
A jovem, que frequentará uma escola de arte francesa, saiu do país e apagou todas as contas que tinha nas redes sociais. Mas o JN sabe que as autoridades judiciárias não pensam deixar cair o caso e vão ativar os mecanismos de cooperação internacionais. Se necessário, poderá mesmo ser emitido um mandado de detenção europeu com o seu nome.
Se for detida, Lakel pode ser julgada pelo crime de dano qualificado, que arrisca uma pena de prisão até cinco anos ou 600 dias de multa.
A Polícia Judiciária confirmou ontem ter assumido "a investigação, relativamente ao crime de dano qualificado, recentemente praticado no Padrão dos Descobrimentos".
No mesmo comunicado, a PJ disse ter identificado "como suspeita da prática dos factos uma cidadã estrangeira, que já terá praticado atos da mesma natureza similar noutros locais e que, entretanto, se ausentou do território nacional."
Este monumento, localizado na frente ribeirinha em Belém, em Lisboa,, foi vandalizado no domingo com um ‘graffiti’ numa das laterais, com uma extensão de cerca de 20 metros e escrito em inglês.
Na mensagem lê-se, em inglês, “Blindly sailing for monney [sic], humanity is drowning in a scarllet [sic] sea lia [sic]”, o que, numa tradução livre, pode ser lido em português como “Velejando cegamente por dinheiro, a humanidade afunda-se num mar escarlate”.
A ocorrência foi registada pela PSP cerca das 11:30 de domingo, tendo o facto sido comunicado à Câmara Municipal de Lisboa (CML), que tutela o monumento.
Na segunda-feira, a Câmara Municipal de Lisboa informou, através de uma nota publicada no seu ‘site’, que o Padrão dos Descobrimentos, monumento localizado na freguesia lisboeta de Belém, que havia sido vandalizado no domingo, começou a ser limpo ao início da tarde, “após a conclusão das investigações no local pela Polícia Judiciária”.
Segundo a autarquia, que assumiu a limpeza do monumento, com um ‘graffiti’ de cerca de 20 metros, “todos os atos de vandalismo contra o património coletivo da cidade são inadmissíveis”.
Projetado pelo arquiteto Cottinelli Telmo, o Padrão dos Descobrimentos foi construído para a Exposição do Mundo Português, de 1940, mas foi refeito em betão armado e pedra rosal de Leiria, entre 1958 e 1960, tendo sido inaugurado em janeiro desse mesmo ano, no V Centenário da morte do Infante Dom Henrique.
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