O presidente do Sindicato Nacional de Polícia (Sinapol), Armando Ferreira, referiu que aqueles elementos da PSP que pernoitaram no local, onde foram instaladas algumas tendas e sacos cama, deram continuidade a uma ação de protesto que dura ininterruptamente desde o passado dia 7, e 24 horas por dia, embora o número de agentes da PSP presentes oscile entre muitos e poucos.

No sábado à noite, disse, a maioria dos agentes que pernoitaram diante do parlamento foram elementos do corpo de intervenção da PSP, os quais não puderam participar na manifestação que juntou milhares de polícias, na passada quarta-feira, em Lisboa, porque “estavam de serviço”.

“Foi uma forma destes elementos do corpo de intervenção substituírem a impossibilidade de não terem podido participar na grande manifestação dos polícias da última quarta-feira”, realçou Armando Ferreira.

O dirigente sindical admitiu que, de momento, a grande questão se prende com o facto de ter sido atribuído um suplemento de missão à Polícia Judiciária (PJ) e esse mesmo suplemento não ter abrangido a PSP. Idêntica exigência é feita pela GNR e pela guarda prisional.

Além desta desigualdade de tratamento na questão do suplemento de missão, Armando Ferreira lembrou que os polícias se batem pela necessidade de revisão de outros suplementos que foram criados em 2009 e que desde então não foram atualizados, nem quanto ao valor, nem quanto aos critérios de atribuição.

Segundo o sindicalista, há também reivindicações relacionadas com a base salarial dos polícias, a qual é “inaceitável” por estar “praticamente no limiar do salário mínimo nacional”.

O presidente do Sinapol garantiu que as ações de protesto dos polícias vão prosseguir e que enquanto a situação não for resolvida não haverá desmobilização.

“Se alguma vez foi ideia do Governo vencer os polícias pelo cansaço e os desmobilizar, está mais do que provado que isso não irá acontecer e cada vez mais as ações se vão intensificar, seja no âmbito das plataformas (sindicais), seja nos casos espontâneos”, advertiu.

O sindicalista salientou que esta revolta dos polícias será mais uma vez exprimida na “grande ação de rua” destes profissionais marcada para quarta-feira no Porto e que promete repetir a manifestação ocorrida em Lisboa.