"Não é preciso ter muita imaginação para conceber o caos em que poderíamos estar sem que tivesse havido uma estratégia comum relativamente à vacinação. Estaríamos a competir uns com os outros por recursos escassos sem segurança e sem equidade”, sublinhou a secretária de Estado dos Assuntos Europeus na sua intervenção final após um longo debate, de três horas, no hemiciclo de Bruxelas sobre a estratégia de vacinação contra a covid-19 na UE.
Depois de, na intervenção inicial, já ter sublinhado a importância da unidade e solidariedade europeia – aproveitando para expressar a gratidão de Portugal “pelas numerosas ofertas de assistência e apoio concreto de vários Estados-membros” que o país recebeu nas últimas semanas, no ‘pico’ nacional da pandemia -, Ana Paula Zacarias, que representa o Conselho, reforçou que “solidariedade, coordenação e cooperação deverão continuar a guiar” a resposta da UE à covid-19, pois de outro modo esta seria mais fraca.
“Não teríamos aproveitado a escala do poder científico pan-europeu. A nossa voz, a nossa capacidade de ação seriam bem menores. Juntos somos mais fortes. E muitos membros deste Parlamento, oriundos de várias famílias políticas, disseram-no aqui hoje”, assinalou.
Segundo a secretária de Estado dos Assuntos Europeus, “por mais que possam existir pontos menos positivos”, todos devem “reconhecer que esta solidariedade europeia no que diz respeito à estratégia de vacinação tem sido um fator determinante para aumentar a capacidade dos sistemas nacionais de saúde dos Estados-membros na resposta à pandemia”.
“Apoiamos, por isso, os esforços da Comissão, apoiamos os seus esforços, senhora presidente, obrigado pela sua contínua determinação”, disse, dirigindo-se a Ursula von der Leyen, que também participou no debate.
“Continuaremos a apoiar estes esforços, com o firme compromisso de que só assim poderemos ter mais e melhores soluções em comum. Esse é o novo dever, é isso o que os cidadãos nos pedem”, completou.
O debate de hoje na assembleia europeia, em Bruxelas, teve lugar numa altura de tensão entre Bruxelas e as farmacêuticas, que não deverão entregar as doses acordadas com a Comissão Europeia para estes primeiros meses de 2021 por não terem capacidade de produção suficiente para os 27 Estados-membros, o que já levou a atrasos na distribuição.
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