“Eu creio que este é um dos momentos mais delicados da história da Catalunha e de Espanha também porque em função destes resultados - imagine-se - que teríamos de realizar novas eleições? Isso significaria instabilidade (em Espanha) enquanto que nós como governo da Catalunha (região autónoma) seguimos em funções”, disse à Lusa Quim Torra.
“Na minha presidência já vi passar dois presidentes do governo espanhol e três legislaturas, apenas em ano meio que levo aqui. Portanto veja-se de que forma o tema catalão está a afetar a estabilidade em Espanha. Isso pode ter consequências económicas e outras para o Estado espanhol”, acrescentou o presidente do governo autónomo da Catalunha.
Por outro lado, Torra afirma que tem condenado os momentos de violência que têm ocorrido na Catalunha, mas que o PSOE, “tal como tem rejeitado o diálogo” não “ouve” as mensagens da Generalitat sobre as manifestações.
“Eu já condenei ‘quinhentas mil vezes’ a violência, porque não nos representa, porque já condenamos a violência, mas eles (PSOE) seguem a insistir no contrário. É uma cortina de fumo para não falarem do verdadeiro conflito político que é o de que, uma grande maioria de catalães, quer decidir o seu futuro livremente”, lamentou.
Torra na mesma entrevista, no Palácio da Generalitat, em Barcelona, reitera as posições sobre o que chama “autodeterminação”, a libertação do que considera “presos políticos” do Processo independentista, e não “políticos presos, assim como continua a defender a realização de um referendo.
“Eu não quero que ninguém perca, só quero que reconheçam os nossos direitos para podermos votar”, frisou Torra que criticou as posições do PSOE sobre a Catalunha durante a campanha eleitoral que termina hoje.
Pedro Sánchéz, líder do PSOE e chefe do governo, em funções, vai encerrar a campanha hoje à noite em Barcelona.
Para Joaquim Torra a presença de Sánchez na cidade é um culminar de uma série de posições que, diz, os socialistas vêm tomando durante os últimos meses.
“Forma parte de uma estratégia de enviar uma mensagem ao eleitorado espanhol, mais do que ao catalão, e facto é que durante toda esta campanha, foram sendo enviadas mensagens sobre uma atitude de firmeza contra os catalães: o decreto digital, novas impugnações a resoluções ao Parlamento da Catalunha. Foi todos os dias o mesmo tema”, concluiu admitindo que aguarda, com particular interesse, os resultados dos três partidos republicanos da Catalunha.
Comentários