“É uma honra poder receber o senhor Presidente da República de Moçambique no decorrer de uma visita oficial ao nosso país e por ter o prazer de lhe entregar a chave da cidade, que é uma distinção que, até hoje, só por duas vezes é que foi atribuída”, contou António Almeida Henriques.
O autarca explicou à Lusa que, assim que soube que Filipe Nyusi viria a Portugal e que iria passar por Viseu, manifestou, “de imediato, ao grupo Visabeira, […] a possibilidade de receber o senhor Presidente da República, no salão nobre da Câmara Municipal de Viseu e entregar-lhe a chave da cidade”.
Segundo Almeida Henriques, até hoje só receberam a chave da cidade de Viseu, o ex-Presidente português Mário Soares e o ex- primeiro-ministro da Costa do Marfim Daniel Kablan Duncan, que governou este país africano entre 2012 e 2017, e com quem Viseu “tem uma relação, designadamente com a capital” económica, Abidjan.
Sobre a visita do Presidente de Moçambique a Viseu, o autarca referiu que “é privada” e que o único ato oficial será a cerimónia de atribuição das chaves da cidade, no salão nobre da Câmara Municipal.
O autarca considerou que esta deslocação de Filipe Nyusi à cidade revela “o grande elo de ligação que existe entre a região e Moçambique”, tanto do ponto de vista económico, como cultural.
“Há aqui uma relação muito antiga, que é o facto de o Grupo Visabeira, que está localizado em Viseu, ser um dos principais grupos em Moçambique. Costuma dizer-se que a Visabeira tem duas nacionalidades: a nacionalidade viseense, em Portugal, e a nacionalidade moçambicana”, disse.
O grupo Visabeira “tem uma boa presença em Moçambique” e “tem levado muitas empresas desta região a operar no Estado moçambicano e, deste ponto de vista, acaba por ser um pouco o embaixador da cidade, do concelho e da economia desta região”.
Viseu tem também um projeto cultural ligado a este país africano, o Projeto Xiquitsi, que, segundo explicou, “envolve crianças carenciadas no ensino de música clássica”, com a colaboração do Conservatório Regional de Música Azeredo Perdigão.
“Recebemos, todos os anos, no Festival de Música da Primavera, três, quatro jovens músicos deste projeto para tocarem na nossa orquestra juvenil e o nosso maestro vai também a Moçambique fazer um estágio com os músicos moçambicanos”, esclareceu.
Almeida Henriques lembrou também que Viseu está “muito envolvida” com duas cidades moçambicanas: Matola, a qual é geminada desde 2011, e Maputo, a capital, com que “tem uma pré-geminação”.
O autarca manifestou à Lusa a sua satisfação com esta visita, uma vez que passou a sua infância neste país africano.
“Costumo dizer que sou português, a minha pátria é Portugal, mas se há uma segunda pátria com quem tenha afinidade e afetividade é a pátria moçambicana, porque foi onde passei toda a minha infância e fui muito feliz. E a infância marca sempre a nossa personalidade para a vida”, disse.
Filipe Nyusi cumpre uma visita de Estado de quatro dias a Portugal, a convite do seu homólogo português, Marcelo Rebelo de Sousa, que inclui a IV Cimeira Portugal-Moçambique.
Comentários