“Estamos preocupados com a nossa segurança, uma vez que o Gabinete de Investigação à Corrupção de Altos Funcionários e (…) a Agência Nacional de Polícia continuam a tentar executar o mandado de detenção, que é ilegal e inválido, por meios ilegais”, disse um membro da equipa de defesa do presidente.

Os advogados de Yoon solicitaram a anulação judicial do mandado, argumentando que só o Ministério Público, e não a agência anticorrupção, pode pedir uma detenção por um alegado crime de insurreição.

Trata-se do único crime a que um presidente sul-coreano não está imune.

A Coreia do Sul pune os líderes de um movimento de insurreição com prisão perpétua ou com a pena de morte, em relação à qual existe uma moratória no país há quase 40 anos.

“Para o presidente comparecer no julgamento constitucional, os seus problemas de segurança pessoal devem ser resolvidos”, disse Yun Gap–geun.

“Uma vez resolvidos [os problemas], ele comparecerá a qualquer momento”, garantiu o advogado, citado pela agência de notícias pública sul–coreana Yonhap.

O TC fixou as datas para a realização de cinco audiências no âmbito do processo de destituição de Yoon até ao início de fevereiro, estando a primeira agendada para 14 de janeiro.

As outras quatro sessões estão previstas para 16, 21 e 23 de janeiro, e 04 de fevereiro.

Em 05 de janeiro, Yun tinha dito que o presidente deposto tencionava testemunhar perante o TC sobre a decisão do parlamento de o destituir por ter declarado a lei marcial em 03 de dezembro.

“O Presidente tenciona comparecer numa data apropriada e explicar a sua posição”, disse o advogado aos meios de comunicação social.

O Presidente não foi obrigado a comparecer nas duas audiências preparatórias do julgamento, embora a lei sul-coreana exija que esteja presente nas audiências regulares.

Caso não compareça duas vezes, o tribunal fica então habilitado a prosseguir o processo sem a presença do Presidente.

Além da questão constitucional, Yoon recusou-se a cooperar com as autoridades na investigação criminal em curso de que é alvo também por ter declarado a lei marcial e não compareceu a qualquer convocação para testemunhar.

Em consequência, o gabinete anticorrupção obteve um mandado de detenção temporária para o levar a depor.

O Serviço de Segurança Presidencial (PSS) impediu na sexta-feira o acesso dos investigadores à residência de Yoon em Seul, após várias horas de impasse.

No mesmo dia, o líder em exercício da Coreia do Sul, o vice-primeiro-ministro, Choi Sang-mok, demitiu o chefe do PSS, Park Jong-joon.