Yoon tinha sido convocado para estar na sede da agência anticorrupção, o Gabinete Sénior de Investigação de Corrupção, em Gwacheon, nos subúrbios de Seul, às 10:00 (01:00 em Lisboa), mas não apareceu.

Esta é a terceira vez que Yoon, um antigo procurador, se recusa a obedecer a intimações dos investigadores, depois de ter rejeitado uma primeira intimação, em 18 de dezembro.

Em todos os casos, as cartas de citação foram devolvidas ao remetente após terem sido recusadas.

“O Presidente Yoon Suk-yeol não apareceu”, disse o gabinete, em comunicado, acrescentando que terão de ser tomadas medidas em conformidade.

A agência anticorrupção pode agora enviar uma quarta intimação ou tentar obrigar Yoon a comparecer, solicitando a um tribunal um mandado.

Na segunda-feira passado, o advogado de Yoon já tinha alertado que seria improvável que o presidente deposto comparecesse perante a equipa especial.

“O presidente acredita que o julgamento de destituição perante o Tribunal Constitucional deve ter prioridade [sobre as investigações criminais]”, explicou Seok Dong-hyeon.

Além de ser alvo de uma investigação criminal, Yoon tornou-se, a 14 de dezembro, o primeiro presidente em exercício a ser destituído na história da Coreia do Sul, por ter imposto a lei marcial em 03 de dezembro.

Na sexta-feira, o parlamento da Coreia do Sul também destituiu o presidente interino, por Han Duck-soo se recusar a iniciar uma investigação política a Yoon.

O Partido Democrático (PD) tinha dado a Han um ultimato para nomear juízes para os lugares vagos no Tribunal Constitucional.

Este tribunal, que está a analisar o processo que levou à destituição do antecessor de Han, Yoon Suk-yeol, tem seis meses para pronunciar-se sobre a validade desta decisão.

O preenchimento dos três lugares vagos no Tribunal Constitucional desde outubro poderia tornar a destituição de Yoon mais provável, uma vez que isto requer o apoio de pelo menos seis dos nove membros do juízo.

O pedido de destituição de Han Duck-soo foi apresentado depois do presidente interino ter dito que não nomearia novos juízes para o Tribunal Constitucional até que o PD e o Partido do Poder Popular (PPP, no poder) chegarem a acordo.

O PD, que tem uma clara maioria parlamentar, quer propôr dois dos três juízes, enquanto o PPP insiste que ambos os partidos apresentem um candidato cada e cheguem a acordo sobre o terceiro.

O principal partido da oposição tinha também exigido que o presidente interino criasse duas comissões especiais, incluindo uma para investigar a imposição por parte de Yoon da lei marcial, em 03 de dezembro, e o envio do exército para tentar impedir o parlamento de suspender este medida.