Na abertura dos trabalhos, Tajani comentou que “hoje é um dia muito difícil para todos na Europa”, na sequência do ataque na véspera perto do mercado de Natal da cidade de Estrasburgo, “a cidade-sede do Parlamento Europeu, a cidade símbolo da paz, fronteira entre França e Alemanha”.
“Foi um ataque criminoso contra a paz, contra a democracia, contra o nosso modelo de vida. Mas é preciso reagir fazendo exatamente o oposto daqueles que querem ferir a democracia. Não podemos mudar os nossos hábitos, e é por isso que ontem à noite continuámos a trabalhar, concluímos o nosso trabalho à meia-noite, e hoje aqui estamos para prosseguir o nosso trabalho. Porquê? Porque a força da liberdade e da democracia ganha contra a violência do crime e do terrorismo”, disse, sendo aplaudido pelos parlamentares.
O presidente do Parlamento Europeu anunciou ainda que às 12:00 locais (11:00 em Lisboa) será observado um minuto de silêncio, em memória das vítimas.
Tajani falava antes do início de mais um debate com chefes de Estado da União Europeia sobre “o futuro da Europa”, desta feita com o Presidente de Chipre, Nicos Anastasiades, que começou a sua intervenção com uma “condenação nos termos mais firmes do ataque terrorista” da véspera.
“O terrorismo constitui uma das ameaças mais graves à paz e segurança da nossa União. Não podemos permitir que o medo e que o terror prevaleçam. Devemos permanecer unidos para eliminar este fenómeno deplorável”, declarou.
Já hoje também o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, reagira, manifestando o seu pesar pelo ataque de quarta-feira à noite em Estrasburgo e afirmando que a União Europeia permanece toda unida ao lado da França “em mais esta provação”.
“Todos os meus pensamentos vão para as vítimas do ataque de ontem à noite em Estrasburgo, assim como para as suas famílias. Continuamos todos unidos ao lado da França em mais esta provação”, escreveu Tusk na sua conta na rede social Twitter.
Na terça-feira à noite, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, também já reagira com uma publicação na mesma rede social, para condenar “com grande firmeza” o tiroteio em Estrasburgo, que provocou a morte de três pessoas e feriu mais de uma dezena.
“Estrasburgo é, por excelência, uma cidade símbolo da paz e da democracia europeias, que defenderemos sempre. A Comissão está ao lado de França”, escreveu Juncker, que na terça-feira de manhã participara num debate no hemiciclo de Estrasbsurgo, que acolhe esta semana uma sessão plenária do Parlamento Europeu.
A França tem sido o Estado-membro da União Europeia mais atingido por ataques terroristas nos últimos anos, entre os quais os ataques em Paris em 13 de novembro de 2015, que provocaram mais de 180 mortos, e o ataque em Nice em 14 de julho do ano seguinte, que fez 84 mortos.
O ataque no Mercado de Natal de Estrasburgo, na terça-feira à noite, provocou pelo menos dois mortos e 12 feridos, seis dos quais em estado crítico. Anteriormente, a polícia francesa indicara quatro mortos, mas o balanço foi revisto em baixa.
As forças de segurança montaram uma operação de caça ao homem para tentar deter o autor do ataque, que ficou ferido numa troca de tiros com um soldado antes de abandonar o local mas permanece em fuga.
O Ministério Público francês abriu uma investigação por homicídio e tentativa de homicídio relacionada com uma organização terrorista, assim como por associação terrorista.
O Governo francês elevou o nível de alerta no país para “emergência por atentado”, com um reforço de controlo nas fronteiras, aumento de segurança nos mercados de Natal e mobilização de meios envolvidos no dispositivo antiterrorismo.
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