“Desde o ano passado que o gás russo é bombeado através do território do Cazaquistão para o vizinho Uzbequistão. E vamos também aumentar estes fornecimentos”, declarou Putin num fórum de cooperação inter-regional em Astana.

Tokayev confirmou o acordo com Moscovo e recordou o documento assinado com o consórcio russo Gazprom para o transporte de gás através do Cazaquistão para o Quirguizistão.

“O fornecimento a longo prazo de gás russo ao Cazaquistão está a ser considerado”, afirmou.

O Presidente russo visitou hoje o Cazaquistão, o seu “verdadeiro aliado”, e assinou um comunicado conjunto com o seu homólogo cazaque, apelando ao “aprofundamento da parceria estratégica” entre os dois países.

Moscovo e Astana assinaram ainda um protocolo que prolongará e alargará o acordo bilateral de 2010 para o fornecimento de petróleo e produtos petrolíferos ao Cazaquistão.

Devido à guerra na Ucrânia, desencadeada pela Rússia em fevereiro de 2022, Moscovo foi obrigada a reorientar as suas exportações de hidrocarbonetos da Europa para a Ásia, que inclui, para além da China e da Índia, os países da Ásia Central.

As autoridades do Cazaquistão afirmaram estar dispostas a autorizar o aumento dos fornecimentos através do seu território, desde que uma parte dos hidrocarbonetos – 10 mil milhões de metros cúbicos, no caso do gás – permaneça no país como trânsito.

“O Cazaquistão é o nosso parceiro estratégico e um aliado verdadeiramente fiável”, afirmou Vladimir Putin, congratulando-se com as “vastas perspectivas” de desenvolvimento da cooperação russo-cazaque.

A Rússia planeia construir um gasoduto com uma capacidade de 35 mil milhões de metros cúbicos por ano, que passará através do Cazaquistão até ao gigante asiático.

Putin sublinhou igualmente que Moscovo e Astana encontram-se em processo de negociação relativamente à construção de três centrais térmicas.

Quanto à escolha do consórcio internacional que irá construir a central nuclear perto do lago Baljash, no centro do Cazaquistão, a decisão foi adiada para o próximo ano.

Putin afirmou também, num artigo publicado hoje no jornal cazaque Kazakhstanskaya Pravda, que a agência nuclear russa, Rosatom, está disposta a participar em projetos conjuntos com o Cazaquistão.

O vice-primeiro-ministro do Cazaquistão, Roman Skliar, afirmou que a decisão sobre a empresa de construção será tomada em 2025 e que a prioridade deve ser a segurança da mesma.

Desde que a construção da central foi aprovada num controverso referendo em outubro, a imprensa cazaque tem assumido que Moscovo liderará o projeto, uma vez que a Rússia tenciona construir uma central semelhante no vizinho Uzbequistão.