“Aplicaremos a lei e a ordem com firmeza, mas com responsabilidade, e continuaremos a salvaguardar a liberdade de culto para todas as religiões, mas não permitiremos protestos violentos”, disse o chefe do Governo durante a reunião semanal do Gabinete de Ministros, citado pela agência EFE.
As declarações decorrem do contexto de tensão crescente em Jerusalém Oriental, ocupada e anexada por Israel e onde violentos distúrbios nas noites de sexta-feira e de sábado provocaram mais de 300 feridos.
A grande maioria dos feridos são jovens palestinos, que se manifestaram no Portão de Damasco, o principal acesso à Cidade Velha, e na Esplanada das Mesquitas.
A polícia israelita usou granadas de choque, balas de borracha e canhões de água para dispersar os manifestantes e, segundo um porta-voz, os agentes responderam a “distúrbios da ordem pública, motins, assaltos e lançamento de pedras e outros objetos contundentes”.
Após os protestos, milícias palestinas lançaram na noite passada na Faixa de Gaza um foguete na direção de Israel, que caiu numa área despovoada e que teve como resposta um bombardeamento de retaliação contra alvos do movimento islâmico Hamas, que governa o enclave desde 2007.
Na base dos protestos está um possível despejo de quatro famílias palestinas do bairro Seij Yarrah, em Jerusalém Oriental, que gerou forte reação local e internacional e sobre o qual o Supremo Tribunal Israelita deve pronunciar-se na segunda-feira.
A expulsão das famílias foi solicitada por organizações de colonos judeus, que reivindicaram a propriedade das casas desde antes de 1948, ao abrigo de uma lei que não se aplica às propriedades palestinas na zona oeste.
Sem comentar os despejos, Netanyahu reconheceu que há um aumento da “pressão para não construir em Jerusalém”, mas reafirmou que continuarão a fazê-lo, numa provável alusão à construção de moradias para colonos nos territórios ocupados da parte oriental da cidade.
Coincidindo com a decisão do Supremo Tribunal sobre os despejos, está marcada para segunda-feira uma marcha anual de jovens judeus ultranacionalistas pela Cidade Velha, conhecida pela tensão que costuma gerar e comemorada por ocasião do chamado Dia de Jerusalém, em que os israelitas comemoram a reunificação da cidade em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias, e que para os palestinos significa o início da ocupação.
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