Segundo anunciaram hoje os seus serviços, Draghi, de 74 anos, está infetado com SARS-CoV-2, mas está assintomático.
Fontes do Governo italiano disseram, entretanto, à agência EFE que no lugar do primeiro-ministro viajam para Angola e República Democrática do Congo os ministros dos Negócios Estrangeiros, Luigi di Maio, e da Transição Ecológica, Roberto Cingolani, que tem a seu cargo a pasta da energia.
Draghi deveria chegar a Luanda na quarta-feira, onde se reuniria com o Presidente, João Lourenço, e no dia seguinte deslocar-se-ia à capital congolesa, Brazzaville, para se reunir também com o chefe de Estado do país, Denis Sassou N’Guesso.
A viagem faz parte dos esforços de Governo italiano para diversificar as importações de energia, especialmente após a invasão russa da Ucrânia, explicaram fontes do executivo italiano à agência de notícias espanhola Efe.
A Itália importa quase todo o gás que consome do exterior, cerca de 90%, e aproximadamente 40% vem do território russo.
Na última segunda-feira, Draghi viajou para a Argélia, o seu segundo fornecedor de gás, depois da Rússia, e conseguiu assinar um acordo para importar mais daquele país do norte de África.
A Itália, ligada ao exterior por cinco gasodutos, recebe gás da Argélia através do gasoduto Transmed, que parte do campo argelino de Hassi R’Mel, no extremo norte do Saara, atravessa a Tunísia e o mar e termina em Mazarra del Valley, Sicília.
Através deste canal transmediterrânico, a Itália recebeu um total de 22.584 milhões de metros cúbicos de gás em 2021 (em 1990 na Itália importava metade, 10.559 milhões de metros cúbicos).
No entanto, o gasoduto argelino tem uma capacidade ainda maior, de até 27 biliões de metros cúbicos, declarou o ministro da Transição Ecológica da Itália, Roberto Cingolani, com responsabilidades energéticas, no Parlamento, a 22 de março.
No âmbito desta estratégia de diversificação de abastecimento, o ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Luigi Di Maio, passou nos últimos meses por outros países como o Azerbaijão, de onde Itália recebeu em 2021 7.214 milhões de metros cúbicos de gás, através de um tubo que atravessa o mar Adriático, ou o Catar, de onde importou 6.877 milhões.
No último mês e meio, Di Maio deslocou-se ainda à República do Congo, Angola e Moçambique, e assegurou que “todos estes países têm estado disponíveis para aumentar a oferta” de hidrocarbonetos.
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