“Este silenciamento forçado inclui, nomeadamente, um projeto de arrendamento a custos acessíveis no Alto do Restelo, a implementação de um programa de apoio ao arrendamento específico para jovens e, também, um conjunto de medidas aprovadas no âmbito do pacote Mais Habitação Lisboa”, afirmou a vereadora do PS Inês Drummond.
A socialista falava na reunião pública da Câmara de Lisboa, no âmbito do período antes da ordem do dia, em que falou no que considera que tem sido “o desprezo e o desrespeito dos Novos Tempos (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança) sobre as propostas aprovadas", algumas com o voto favorável de Moedas, "mas que rapidamente caem no esquecimento e às quais não é dado qualquer seguimento ou concretização”.
“Todas estas propostas foram aprovadas em reunião de câmara. Todas estas propostas o senhor presidente está obrigado a executar. Todas estas propostas estão por executar e aquilo que queremos sinalizar ao senhor presidente é que não vale a pena andar nos jornais a afirmar a sua grande capacidade de diálogo que de facto não promove”, criticou Inês Drummond.
A vereadora do PS disse que os Novos Tempos, que governa sem maioria absoluta, não têm uma visão para a cidade, porque “não são um projeto político, são medidas desgarradas, muitas vezes de sinal contrário, sem planeamento estratégico".
“Percebemos, por isso, que se dedique mais na oposição à oposição, a bloquear aquilo que são iniciativas das restantes forças políticas, não lhes dando qualquer execução”, apontou a socialista.
Em resposta, Carlos Moedas disse que o projeto dos Novos Tempos tem “ideias muito claras, objetivos muito claros e com medidas que transformaram Lisboa”.
“Percebo que, visto do lado da oposição, a senhora vereadora tenha a necessidade de contradizer isso e de contradizê-lo sempre que as nossas ideias não são iguais às vossas ou não são iguais àquelas que estavam cá anteriormente, e tenho respeitado muito daquilo que se passou cá antes, até pela minha institucionalidade”, disse o social-democrata.
O presidente da câmara reforçou que o projeto que tem para a cidade “é diferente”, nomeadamente os transportes públicos gratuitos e o plano de saúde para os mais de 65 anos, que já tem 12.000 pessoas inscritas.
Da ordem de trabalhos da reunião, a câmara aprovou, por unanimidade, submeter à assembleia municipal a versão final da proposta de alteração do Plano Diretor Municipal relativa à parte do Bairro São João de Brito, em Alvalade; a revisão de preços relativamente à reabilitação urbana da zona de alvenarias do Bairro da Boavista (fase 3 – 50 fogos), em Benfica; e a despesa associada à construção do Jardim Caracol da Penha.
Outra das propostas em discussão foi a decisão de contratar o serviço de transporte escolar para as crianças dos jardins-de-infância e os alunos do ensino básico e secundário da rede pública da cidade, para o ano letivo 2023/2024, com possibilidade de renovação em 2024/2025 e 2025/2026, com uma despesa total de 4,4 milhões de euros para os três anos letivos.
Porque a proposta foi distribuída fora dos prazos regimentais, o BE e PCP pediram o adiamento da votação, para poderem analisar o documento, pelo que a decisão foi remetida para uma próxima reunião de câmara.
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