Este projeto de resolução do CDS-PP, que tem como primeira subscritora a deputada Ana Rita Bessa, é discutido e votado em plenário na sexta-feira, e recomenda ao Governo "uma atuação firme, ativa e global em defesa da liberdade religiosa".
Entre outras medidas, o CDS-PP pretende que o Governo "coloque na agenda da próxima reunião do Conselho de Negócios Estrangeiros da União Europeia a discussão do declínio da liberdade religiosa no mundo e do agravamento da perseguição aos cristãos no Médio Oriente e em África, reforçando a necessidade de medidas concretas para a proteção destas comunidades".
Em declarações à agência Lusa, o deputado socialista Ascenso Simões disse não haver da parte do PS "qualquer razão para um voto contra" em relação a esta iniciativa do CDS-PP, subscrevendo inclusivamente a denúncia feita à perseguição das comunidades cristãs em vários pontos do mundo.
"No entanto, o CDS-PP não aceitou até agora nenhuma das nossas propostas de alteração. A questão da perseguição religiosa não pode ser restringida aos cristãos. Estamos assim perante uma visão redutora da liberdade religiosa", lamentou o antigo secretário de Estado socialista.
Ascenso Simões referiu que "há casos graves de perseguição religiosa entre muçulmanos, entre cristãos contra muçulmanos [em países ocidentais], ou entre cristãos [protestantes contra católicos] na Irlanda do Norte".
"Não podemos esquecer o conflito israelo-árabe, ou a situação dos budistas em vários países asiáticos. Não devemos ter uma visão limitativa, situando-nos exclusivamente nos problemas dos cristãos", completou o deputado socialista.
No projeto de resolução do CDS referem-se resultados de 2016, os quais "demonstram que entre 500 a 600 milhões de cristãos foram constrangidos a agir contra a sua própria consciência".
"Entre os vários elementos divulgados, assinale-se que mais de 90 mil cristãos foram mortos em razão da sua fé", salienta-se também.
Face a esta realidade, o CDS-PP entende que Portugal, "na condição de país membro do Conselho de Direitos Humanos da ONU, não pode permanecer indiferente perante situações de extrema violência e que chegam ao nível de genocídio, com graves consequências para a paz e estabilidade regionais e insensível ao sofrimento das comunidades cristãs e de outras minorias religiosas".
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