Em comunicado, o Comando Metropolitano do Porto da PSP explica que a investigação, iniciada na sequência dos incidentes ocorridos na Assembleia Geral do FC Porto que decorreu em 13 de novembro, levou hoje à operação “Pretoriano”, que visou “devolver às instituições e aos cidadãos a sua liberdade de decisão e segurança”.
No âmbito desta investigação, a PSP deu cumprimento a 12 mandados de detenção e a 11 buscas domiciliárias no Grande Porto, emitidos pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto.
Durante a operação policial, foram apreendidos equipamentos eletrónicos e documentos de interesse para a investigação em causa, vários tipos de estupefaciente, nomeadamente cocaína e haxixe, três automóveis, vários milhares de euros, uma arma de fogo, artefactos pirotécnicos e mais de uma centena de ingressos para eventos desportivos, refere a PSP.
Entre os detidos estão também outros elementos da claque dos Super Dragões, a mulher de Fernando Madureira, Sandra Madureira, e Vítor Catão, adepto do FC Porto e antigo presidente do São Pedro da Cova, disse anteriormente fonte policial à agência Lusa.
Segundo a mesma fonte, foi também detido um funcionário do FC Porto: o oficial de ligação aos adeptos, Fernando Saul.
De acordo com a CNN, entre os detidos está também Tiago Aguiar, que trabalha nas relações externas do clube.
FC Porto suspende três associados
Em comunicado, o FC Porto referiu que "tomou conhecimento de diligências relacionadas com os acontecimentos da Assembleia Geral de 13 de novembro, que resultaram na detenção de dois dos seus funcionários presentes na reunião magna".
"Não sendo visado, o clube reitera a intenção de continuar a colaborar com as autoridades em tudo o que lhe for solicitado. Se desta investigação resultarem mais factos, o FC Porto agirá em conformidade, tal como agiu em relação a três sócios que foram condenados a penas de suspensão entre seis meses e um ano na sequência dos acontecimentos dessa noite", é ainda referido.
Os detidos, 11 homens e a mulher de Fernando Madureira, vão ser presentes na quinta-feira a primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Instrução Criminal do Porto, para aplicação de medidas de coação.
A Procuradoria-Geral Distrital do Porto (PGDP) já tinha adiantado anteriormente que a PSP efetuou 12 detenções, no âmbito de um processo que investiga os incidentes ocorridos durante uma Assembleia Geral do FC Porto.
“No âmbito de inquérito em que se investigam os incidentes na Assembleia Geral do Futebol Clube do Porto de 13.11.2023, que corre termos no DIAP [Departamento de Investigação e Ação Penal] da Procuradoria da República do Porto, e no qual o Ministério Público vem sendo coadjuvado pela Polícia de Segurança Pública, foram executadas diligências de investigação, entre o mais, buscas domiciliárias e não domiciliárias. Foram também operadas 12 detenções fora de flagrante delito”, refere uma nota publicada na página da PGDP.
Segundo a PGDP, “está em causa a prática dos crimes de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo ou em acontecimento relacionado com o fenómeno desportivo, coação agravada, ameaça agravada, instigação pública a um crime, arremesso de objeto ou de produtos líquidos e atentado à liberdade de informação”.
A operação
A Polícia de Segurança Pública está a fez esta manhã mais de uma dezena de buscas na área do Grande Porto a elementos dos Super Dragões, a claque oficial do Futebol Clube do Porto. A informação foi inicialmente avançada pelo Jornal de Notícias, que adianta também que Fernando Madureira, líder da claque, e Vítor Catão, conhecido adepto portista, foram detidos. A Lusa também adianta que foram detidos a mulher de Fernando Madureira e um funcionário do FC Porto: o oficial de ligação aos adeptos. No total, a PSP deteve 12 pessoas, de acordo com a indicação da Procuradoria-Geral Distrital do Porto (PGDP).
Segundo o diário, a investigação prende-se com suspeitas de crimes de ofensas corporais, danos, coação e ameaça, todos eles referentes aos incidentes na assembleia-geral do clube, a 13 de novembro de 2023. Além disso, também está relacionada às ameaças e vandalismo a que André Villas-Boas, candidato à presidência do FC Porto, tem sido sujeito.
O Observador adianta que em causa também estará um crime de ofensa à integridade física, de um colaborador de André Villas-Boas. O jornal online avança ainda que durante as buscas foram durante as buscas foram apreendidos vários estupefacientes como cocaína e haxixe, uma arma de fogo, três carros, milhares de euros, artefactos pirotécnicos, equipamentos eletrónicos e uma centena de bilhetes para jogos de futebol. Segundo o que apurou o jornal nenhum membro da direção do clube é alvo de investigação, tendo os detidos agido por livre vontade.
Fonte do Comando Metropolitano da PSP do Porto disse à Lusa tratar-se de um processo do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto. Sem precisar qual o âmbito da operação, a fonte da PSP do Porto confirmou que estão a decorrer “várias diligências” e que foram emitidos mais de uma dezena de mandados de detenção.
Os incidentes na AG do FC Porto — que levaram o Ministério Público a instaurar um inquérito — levaram à sua suspensão, havendo confrontos entre sócios enquanto se deliberavam os novos estatutos do clube.
“Os desacatos entre associados, incluindo agressões físicas, que se geraram durante a intervenção de um membro da comissão de revisão dos estatutos e igualmente depois da participação de um associado são condenáveis e mancham uma história centenária de cultura democrática”, lamentou o clube em comunicado, encarando a presença de uma afluência “muito superior ao habitual” como “um sinal de vitalidade” dos ‘dragões’ e da sua dimensão associativa.
A AG extraordinária estava agendada para começar a partir das 21:00, num auditório do Estádio do Dragão, com lotação para quase 400 pessoas, número largamente abaixo dos milhares de sócios que se juntaram nas imediações, com a MAG a transferir os trabalhos para o pavilhão Dragão Arena, que ultrapassa os 2.000 espetadores em dias de jogos. A reunião magna reiniciou já depois das 22:30, mas várias pessoas abandonariam o local ao fim de pouco tempo na sequência de altercações verificadas nas bancadas.
Na semana seguinte, a casa de André Villas-Boas foi vandalizada na madrugada de 22 de novembro. O candidato oficial às eleições do FC Porto — que ainda não tinha confirmado à data se concorria — viu também um dos seus seguranças ser alvo de agressões por parte de vários indivíduos, que posteriormente lhe vandalizaram o carro.
O ex-treinador, de 46 anos, juntou-se ao empresário Nuno Lobo, candidato derrotado em 2020 por Pinto da Costa, nas próximas eleições dos órgãos sociais do FC Porto rumo ao quadriénio 2024-2028, cuja data ainda será agendada, devendo ser realizadas em abril.
O FC Porto é liderado há 41 anos por Pinto da Costa, que foi eleito pela primeira vez para a presidência do clube em 17 de abril de 1982.
Pinto da Costa foi eleito para o seu 15.º mandato em 07 de junho de 2020, nas primeiras eleições desde 1991 com mais do que uma candidatura.
*Com Lusa
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