Tinha 52 anos, a tenente-coronel que nasceu na Ucrânia e que se juntou ao exército russo depois da anexação da Crimeia, em 2014. A oficial era conhecida por ser cruel contra ucranianos.

É dada como uma das fundadoras da República Popular de Donestk (DPR, sigla em inglês), uma das regiões separatistas da Ucrânia que a Rússia reconheceu como independente e que, posteriormente, usou como pretexto de defender o território para invadir a Ucrânia.

"Korsa" terá morrido no início da semana, depois de um míssil ucraniano ter atingido o carro em que seguia numa autoestrada entre as cidades de Horlivka e Yasinovataya, relatou o autarca de Gorlovka, Ivan Prikhodko.

Kachura foi a primeira mulher oficial de alta patente do exército russo. O seu modo de operar passava por disfarçar-se de militar ucraniana para cometer crimes de guerra, indiscriminadamente, para descredibilizar o exército ucraniano, segundo o The Telegraph.

Kachura estudou programação de mísseis balísticos e foi agente da polícia em Donetsk, de onde é natural. Em 2014, quando combatentes russos - apoiados pela Rússia -  capturaram regiões no leste da Ucrânia, Olga juntou-se ao batalhão de guerra de Igor Bezler, um conhecido senhor da guerra russo.

Em janeiro de 2022, um tribunal no oeste da Ucrânia considerou Kachura culpada de pertencer a uma organização terrorista condenando-a a 12 anos de prisão à revelia com arresto de propriedade.

Aclamada no leste da Ucrânia como uma heroína, o presidente Vladimir Putin assinou, na quinta-feira, um decreto para torná-la uma "Heroína da Rússia", o maior prémio militar do país atribuído postumamente, "por coragem e heroísmo ao desempenhar do seu dever militar".

A morte de Olga Kachura acontece numa altura em que as forças de Vladimir Putin sofrem vários retrocessos. As forças armadas da Ucrânia continuam a atacar as posições militares russas como bases de apoio logístico e os depósitos de munições, pressionando o Kremlin.