Os trabalhadores da A-ETPL (Associação-Empresa de Trabalho Portuário de Lisboa) preparam-se para aprovar a “reabertura imediata do estabelecimento comercial da insolvente”, de acordo com uma das propostas da ordem de trabalhos da assembleia de credores, que foi marcada pelo Tribunal do Comércio de Lisboa para as 10:00 de sexta-feira.
Os estivadores não deverão ter dificuldade em fazer prevalecer a sua vontade na assembleia de credores, uma vez que o tribunal já reconheceu, a título provisório, que são credores da A-ETPL no montante global de 4,7 milhões de euros, valor que corresponde a 89% dos créditos sobre a empresa de trabalho portuário e que lhes garante uma larga maioria nas votações.
Caso se mantenha a ordem de trabalhos que está prevista para a assembleia de credores, os estivadores deverão também viabilizar a substituição do atual administrador de insolvência, António Taveira, por Domingos Miranda. Por outro lado, deverão rejeitar o relatório de António Taveira, que recomenda a liquidação imediata da empresa.
O diretor da Associação de Operadores do Porto de Lisboa (AOPL), Diogo Marecos, anunciou, entretanto, à agência Lusa, que os sete operadores portuários de Lisboa, associados da A-ETPL, consideram que não há condições para a reabertura da empresa, pelo que apresentaram, na quarta-feira, a demissão em bloco.
“Entendemos que não há condições para a reabertura e viabilidade de uma empresa falida, que está em processo de insolvência e já não tinha alvará. E agora também já não tem donos, porque todos os associados se demitiram na quarta-feira”, disse Diogo Marecos.
O conflito laboral no porto de Lisboa, que motivou várias greves dos estivadores da A-ETPL, principal empresa de cedência de mão-de-obra aos sete operadores portuários de Lisboa, levou a administração daquela empresa de trabalho temporário a pedir a insolvência no passado mês de março.
As empresas de estiva do porto de Lisboa, que eram, até agora, os únicos acionistas, administradores e clientes da A-ETPL, pediram a insolvência desta em março, após a recusa do sindicato em aceitar uma proposta de redução salarial de 15% e o fim das progressões de carreira automáticas.
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