“Concorda que a Junta de Freguesia de Benfica emita um parecer favorável à colocação de parquímetros nas zonas de estacionamento de duração limitada de Benfica?” é a questão que os moradores de Benfica estão a responder no referendo que está a decorrer em escolas da freguesia e no qual podem votar os 30.000 eleitores ali recenseados.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Junta de Freguesia de Benfica, Ricardo Marques, disse que a afluência às assembleias de voto “está a decorrer muito bem”.
“Estamos muito satisfeitos. Estamos alinhados com aquilo que é normalmente o número de votantes numa eleição europeia”, disse o autarca, observando que este é o primeiro referendo local na cidade de Lisboa e o sexto à escala nacional em 50 anos de democracia.
Ricardo Marques adiantou que até às 11:00 tinham votado aproximadamente 1.800 dos inscritos, mas sublinhou que o número “subiu muito”, entretanto, porque a partir daquela hora até às 13:00 é sempre um dos períodos com maior afluência.
“As escolas estão agora com muita gente [às 12:45], já temos mesas a atingir os 300 eleitores por mesa, temos 25 mesas, é fácil fazer a conta”, comentou.
O autarca destacou ainda a atitude “muito participativa” dos eleitores que manifestam a sua satisfação por lhes ter sido “devolvida a voz”.
“Isso é algo muito interessante que eu tenho sentido”, disse, considerando que estão a dar “um passo muito importante naquilo que é uma aproximação da relação de confiança entre o poder político” e os cidadãos.
“É algo que nos dias de hoje não tem estado tão bem, infelizmente, e, portanto, aqui estamos a fazer um caminho muito interessante”, declarou.
Questionado se a adesão ao referendo vai ao encontro das suas expectativas, Ricardo Marques disse que “é um otimista”: “Eu estava a contar com uma participação acima dos 8.000 eleitores, se continuarmos nesta tendência, e como a tarde tem sempre um bocadinho mais de eleitores, eu penso que a gente consiga chegar perto dos 7.500, 8.000 eleitores, o que é muito bom e é muito expressivo quando numas eleições legislativas temos cerca de 50% de abstenção, algo que temos que combater”.
O resultado de um referendo é vinculativo se participarem mais de metade dos eleitores inscritos.
Na sexta-feira, a EMEL escusou-se a revelar se respeitará o resultado do referendo de hoje, para não “influenciar o debate”.
Numa resposta enviada à Lusa, a empresa explicou estar integrada no setor público empresarial e “especialmente vinculada e comprometida com o dever de isenção imposto pelo regime jurídico do referendo local”.
“Não querendo, podendo e devendo, por qualquer forma, influenciar o debate e a campanha eleitoral”, pode ler-se na resposta, rejeitou pronunciar-se sobre o assunto antes da realização do referendo.
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