“Um aluno que não se sente bem não quer aprender”, disse João Costa, na abertura do ano letivo do Agrupamento de Escolas de Figueiró dos Vinhos, no distrito de Leiria.
No final da cerimónia, na Escola Básica 1-2 José Malhoa, o secretário de Estado enalteceu à agência Lusa o esforço das escolas do concelho e da região “para garantir que estas crianças encontrem o bem-estar necessário para que as suas aprendizagens sejam de qualidade”.
Figueiró dos Vinhos foi um dos concelhos afetados pelo incêndio florestal que eclodiu no município vizinho de Pedrógão Grande, no dia 17 de junho, em que morreram pelo menos 64 pessoas e mais de 200 ficaram feridas.
Na sua opinião, a seguir à tragédia, os diretores, professores e funcionários das escolas desenvolveram “um trabalho admirável” que passou por colocarem “o bem-estar dos alunos à frente dos seus interesses pessoais e até das próprias emoções”.
No discurso, antes de visitar salas de aula e contactar com os alunos dos estabelecimentos que integram o Agrupamento de Escolas de Figueiró dos Vinhos, João Costa afirmou que a escola, enquanto instituição, “é o maior sinal da regeneração e da esperança” necessárias para ultrapassar sequelas de qualquer tragédia na sociedade.
Do mesmo modo, também a recomposição da natureza pode ajudar ao regresso da esperança, adiantou, salientando ter verificado na zona que milhares de árvores queimadas já estão a regenerar-se, surgindo as primeiras manchas verdes na paisagem que o fogo reduziu a cinzas há menos de três meses.
É necessário “termos a capacidade de nos deslumbrarmos com o que é bonito”, disse o secretário de Estado da Educação, desafiando a comunidade educativa de Figueiró dos Vinhos a saber, “mesmo nos momentos de dor, encontrar centelhas de felicidade”.
As crianças e os jovens “precisam que os adultos se unam muito” ao longo do ano letivo que hoje começa, sublinhou.
“É na cooperação entre a escola e a família que conseguimos a melhor educação”, defendeu João Costa, apelando a que ambas, “mais do que nunca, estejam de mãos dadas”.
Por sua vez, o presidente da Câmara Municipal, Jorge Abreu, recordou que “o Estado foi sensível” à situação excecional dos alunos das escolas dos concelhos afetados em junho pelo incêndio.
O Ministério da Educação ajudou na altura a “minimizar os problemas”, ao adiar os exames e “reforçar o apoio psicológico” nas escolas da região, salientou o autarca.
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