“Queremos as nossas casas”, “Chega de sofrimento” eram alguns dizeres estampados nos cartazes dos manifestantes, que, em 2009, viram demolidas as suas residências na Ilha de Luanda, e foram transferidos para o Zango 1 com “promessas de melhores comodidades”.
Em declarações aos jornalistas, Maria Cassinda, uma das manifestantes, manifestou o seu descontentamento face às promessas não cumpridas das autoridades da capital angolana, afirmando que vivem em “condições deploráveis”.
“Partiram as nossas casas lá na Ilha, prometeram que depois de meses teríamos as nossas residências, ficamos alojados em tendas durante dez anos, não temos água, energia elétrica, casas de banho, vivemos mal”, disse.
“Fazemos as necessidades biológicas em sacos e em cada tenda vivemos com mais de três pessoas, temos quase sempre mortes todas as semanas, estamos a passar mal”, lamentou.
Na mesma condição também se encontra Marquinha da Costa Pedro, de 61 anos, que disse estar cansada e pediu a “intervenção do Presidente angolano, João Lourenço”.
“No Zango, um dos distritos do município de Viana, um dos mais populosos de Luanda, há muitas casas vazias, desabitadas, porque que não nos colocam lá”, questionou.
Com receio das chuvas, outro morador, João Mateus, exigiu explicações das autoridades: “as chuvas estão a vir, não temos energia, não temos água, e estamos aí, não nos dizem nada, as pessoas morrem dentro de casa”.
“As tendas e casas de chapa aquecem, por isso marchamos aqui e queremos sair da administração com uma resposta”, disse.
No local, um grupo dos manifestantes reuniu-se com o administrador municipal de Viana, André Soma, mas os resultados do encontro não foram divulgados, mas uma fonte disse à Lusa que um novo encontro entre as partes está previsto para quarta-feira.
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