De acordo com esta fonte não identificada citada pela agência norte-americana de notícias, a reunião de duas horas, no sábado, não trouxe qualquer resultado nem identificou os próximos passos, já que os militares que depuseram o Presidente Mohamed Bazoum se recusam a abandonar o poder.
A reunião, na qual participou o líder da junta, o general Abdourahmane Tiani, foi marcada pela diferença de tom que os militares adotaram, sendo inflexíveis na manutenção do poder, mas pedindo desculpa por qualquer eventual desrespeito relativamente ao bloco regional que está a pressionar os militares para devolverem o poder ao Presidente e que já garantiu uma intervenção militar se as negociações falharem.
Durante as conversações, Tiani defendeu o fim das sanções económicas e da proibição de viagens, impostas pela CEDEAO na sequência do golpe de Estado de 26 de julho, argumentando com o sofrimento da população, e mostrou-se convicto de que a França, a antiga potência colonial que tem 1.500 soldados no país, está ativamente a preparar um ataque.
Pouco depois da reunião, o general foi à televisão garantir que a transição para o poder político não pode durar mais que três anos e ameaçou as forças estrangeiras sobre um eventual ataque.
“A nossa ambição não é confiscar o poder”, disse, durante um discurso no sábado à noite, acrescentando: “Se um ataque for realizado contra nós, não será a vitória fácil em que algumas pessoas acreditam.”
Num discurso que durou cerca de 10 minutos, Tiani anunciou o lançamento de um “diálogo nacional”, dando 30 dias para formular “propostas concretas” com vista a lançar “as bases de uma nova vida constitucional”.
O também chefe da Guarda Presidencial nigerina anunciou em 26 de julho a deposição de Mohamed Bazoum e o encerramento das fronteiras, devido à profunda crise económica e de segurança no país, que enfrenta um aumento das operações das ramificações do grupo extremista Estado Islâmico e da Al-Qaida.
O Níger é o quarto país da África Ocidental a ser liderado por uma junta militar, depois do Mali, da Guiné-Conacri e do Burquina Faso, que também tiveram golpes de Estado entre 2020 e 2022.
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