O líder social-democrata, de visita a África do Sul para assinalar o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, falava durante um jantar para comemorar o 54.º aniversário da Academia Mãe do Bacalhau de Joanesburgo, em que também participou a ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes.

Rio destacou que o Estado social não existe na África do Sul da mesma maneira como existe "em Portugal e na Europa" e que esse é um dos problemas com que os portugueses se debatem.

“As pessoas chegam à parte final da sua atividade profissional e, quando já se deveriam retirar não têm muito o apoio social a que nós estamos habituados. E, por isso, correm o risco de não ter o envelhecimento e de não ter essa parte da vida com a qualidade que merecem e com a qualidade para a qual trabalharam uma vida inteira”, adiantou.

Sobre a questão da “insegurança” ou da “falta de segurança” que também aflige os portugueses na África do Sul, o líder do maior partido da oposição referiu que não se pode "fazer outra coisa que não seja ser solidários porque não compete ao Governo português fazer o quer que seja pela segurança na África do Sul”.

“Agora, é crónico, tem-se agravado e eu compreendo que realmente quem está aqui há uma via se sinta desconfortável com a crescente insegurança quando aquilo que merece é algum conforto, alguma segurança e ter uma vida tranquila”, salientou.

Na sua intervenção em véspera da celebração do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, Rui Rio considerou ainda que a comunidade portuguesa na África do Sul “é muito relevante”.

“Em Joanesburgo, até porque o Presidente da República era para vir aqui e também não conseguiu vir em 2020, a comunidade tem uma dimensão, tem um tamanho, tem uma pujança que merece" essa visita, frisou.

O líder do PSD referiu depois “que os portugueses têm muito orgulho nas comunidades espalhadas pelo mundo que honram Portugal, que honram os portugueses e que demonstram que muitas vezes quando os portugueses em Portugal não conseguem atingir determinados patamares, o problema não estará tanto neles, mas no que é normalmente a governação do país que não consegue puxar pelas potencialidades dos portugueses ao longo dos anos".

“Se são capazes noutros países, também seriam capazes naturalmente em Portugal se as condições assim fossem. Por isso, aquilo que desejamos é que Portugal progrida. É o país de todos nós, é o país que todos nós gostamos e que está nosso coração, de modo que a emigração se torne cada vez menor, (...) para que os portugueses todos tenham condições para em Portugal poderem trabalhar, ter vida social e serem felizes”, salientou.

Na ótica de Rui Rio, “o 10 de junho tem servido também para honrar os valores da comunidade e os valores de Portugal”, conclui.

O líder social-democrata, que se faz acompanhar pelo deputado do PSD eleito pelo círculo fora da Europa, Maló de Abreu, assinala o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas junto das comunidades que vivem na África do Sul e em Moçambique.

Em 2018 e 2019, o presidente do PSD tinha estado na Guiné-Bissau e no Brasil, tendo adiado, em 2020, a visita a Moçambique devido à pandemia, segundo o partido.