Roger Stone, de 67 anos, estava acusado de prestação de falsos testemunhos, de condicionamento de testemunhas e de obstrução à justiça, num total de sete acusações, tendo sido considerado culpado em todas elas pelo júri, de acordo com o The Guardian.
O ex-conselheiro de Trump tinha sido detido em janeiro — embora tenha sido libertado pouco depois sob caução — por ter enviado e recebido "vários emails e mensagens de texto durante a campanha de 2016 em que discutiu questões associadas à 'Organização 1', ao seu líder e à existência de emails pirateados", de acordo com a acusação.
A "Organização 1", embora não tenha sido identificada explicitamente no documento de acusação, corresponde, pela descrição, ao Wikileaks, entidade que publicou informação sigilosa e confidencial a partir de fontes anónimas.
A acusação diz ainda que Stone falou com os responsáveis pela campanha presidencial de Trump acerca da organização e de "informação que esta poderia ter que fosse prejudicial para a campanha de [Hillary] Clinton".
Também o ex-advogado do presidente dos Estados Unidos, Michael Cohen, condenado a três anos de prisão pelas atividades que desempenhou na campanha eleitoral de Donald Trump em 2016, já tinha revelado que o presidente dos Estados Unidos sabia que Stone tinha estado em contacto com a Wikileaks no sentido da publicação das mensagens de correio eletrónico do Partido Democrata durante a campanha presidencial de 2016.
O The Guardian escreve ainda que o veredicto — num julgamento que deriva das investigações de um alegado conluio russo nas eleições presidenciais de 2016 nos EUA — não só é um duro golpe para o próprio Stone, como parece dar força a um novo escrutínio às atividades de Trump durante essa campanha num momento delicado.
Roger Stone trabalhou em 2015 como assessor de Trump durante a campanha presidencial, embora posteriormente tenha continuado a colaborar informalmente com o Presidente dos Estados Unidos da América.
O Presidente norte-americano já reagiu na rede social Twitter à condenação de Roger Stone, questionando se outros “não mentiram”, nomeadamente a antiga secretária de Estado Hillary Clinton e o procurador especial Robert Muller.
Roger Stone foi uma das 34 pessoas processadas no âmbito da investigação de Robert Muller à alegada interferência da Rússia nas eleições dos Estados Unidos, em 2016.
Outros cinco assessores antigos assessores de Trump foram processados (Paul Manafort, Rick Gates, George Papadopoulos, Michael Cohen e Michael Flyn), além de 26 cidadãos russos.
(Notícia atualizada às 23:45)
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