Na sede da ONU, Serguéi Lavrov denunciou o que classificou de "russofobia" na cena política norte-americana e lamentou que os Estados Unidos, "em vez de terem um diálogo normal, de usarem as bases da lei internacional, tentam provar a sua liderança com estas estratégicas de confrontação".
Em conferência de imprensa, o chefe da diplomacia russa reagiu à apresentação do documento Estratégia de Defesa Nacional, em Washington, que considera a ameaça de outras potências - China e Rússia - e remete para segundo plano a luta contra o terrorismo.
"Estamos abertos ao diálogo, dispostos a discutir doutrinas militares", disse Lavrov, acreditando que os Estados Unidos "têm muita gente com senso comum", que entende que há que manter a "estabilidade estratégica" e cooperar com a Rússia.
O ministro mostrou-se confiante de que Washington aceda a um diálogo "respeitoso" e em condições de igualdade e que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, consiga neutralizar as "intrigas domésticas" que "culpam a Rússia de tudo".
A nova estratégia de defesa nacional norte-americana indica que a concorrência da China e da Rússia ameaça a vantagem militar dos EUA pelo mundo, pelo que será necessário fazer investimentos cada vez maiores para tornar as forças armadas americanas "mais letais, ágeis e prontas para a guerra", indicou a agência Associated Press.
"Vamos continuar a exercer uma campanha contra os terroristas, mas a concorrência das grandes potências - e não o terrorismo - é agora o principal foco da segurança nacional dos EUA", anunciou o secretário da Defesa norte-americano, Jim Mattis, num discurso na Escola Johns Hopkins de Estudos Internacionais Avançados, em Washington.
O documento de estratégia militar refere de forma recorrente a preocupação dos Estados Unidos quanto ao crescimento da presença militar da China do mar do Sul da China, quanto às suas movimentações para alargar a influência política e económica a todo o mundo, e também quanto à sistemática campanha de ciberataques realizada por Pequim, que se traduzem em roubo de dados a agências governamentais e corporações privadas nos EUA.
O documento do Pentágono diz agora que os aliados e parceiros dos EUA são cruciais e podem fornecer capacidade adicional e acesso a outras regiões do globo.
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