O refugiado saudita suspeito de ter atropelado dezenas de pessoas com um carro num mercado de Natal em Magdeburgo pode ter atuado por "insatisfação" com o tratamento dispensado na Alemanha aos demandantes de asilo de seu país, afirmou neste sábado o procurador responsável pelo caso.
Quem o diz?
A investigação está em curso, mas "ao que parece, o pano de fundo do crime (...) pode ser a insatisfação com a forma como os refugiados sauditas são tratados na Alemanha", afirmou o procurador Horst Walter Nopens ao ser questionado sobre as motivações do ataque de sexta-feira que deixou cinco mortos e mais de 200 feridos.
O suspeito havia denunciado em agosto na sua conta na rede social X "os crimes cometidos pela Alemanha contra os refugiados sauditas e a obstrução da justiça, pouco importa a quantidade de evidências que apresentemos" nos processos de pedido de asilo.
O que se conhece do suspeito?
Vários meios de comunicação social alemães identificaram o homem como Taleb A., ocultando o seu apelido, em conformidade com as leis de privacidade, e referiram que se tratava de um médico, especialista em psiquiatria e psicoterapia.
Descrevendo-se a si próprio como um antigo muçulmano, partilhou diariamente dezenas de ‘tweets’ e ‘retweets’ centrados em temas anti-islâmicos, criticando a religião e felicitando os muçulmanos que abandonaram a fé.
Acusou também as autoridades alemãs de não terem feito o suficiente para combater o que ele disse ser a “islamização da Europa”.
Alguns descrevem-no como um ativista que ajudou mulheres sauditas a fugir do seu país.
O autor do ataque, que vive na Alemanha há quase duas décadas, também manifestou o seu apoio à Alternativa para a Alemanha (AfD), partido de extrema-direita e anti-imigração.
Que balanço desta tragédia?
O número de mortos no ataque ao mercado de Natal de Magdeburgo, na Alemanha, subiu para cinco, anunciou o governador do estado de Saxónia-Anhalt, citado pela agência AP.
O balanço inclui ainda mais de 200 mortos, acrescentou Reiner Haseloff.
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