Belgrado denunciou o reconhecimento internacional do Kosovo desde a declaração unilateral de independência em 2008 e tem estado envolvida com as autoridades kosovares em infrutíferas negociações de normalização das relações.

As tensões bilaterais aumentaram nos últimos anos, com disputas sobre as matrículas dos veículos, a moeda e a estrutura política do norte do Kosovo, habitado maioritariamente por sérvios.

A mais recente crise ocorreu na semana passada, quando o Kosovo denunciou exercícios militares sérvios na fronteira que, segundo Belgrado, são perfeitamente legais e contam com a cooperação da NATO.

As previsões mais otimistas apontam para que a Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa possa votar sobre o Kosovo, reconhecido pela maioria dos 46 membros, em meados de abril.

Se dois terços dos deputados aceitarem a integração, o mais alto órgão executivo da instituição, a Comissão de Ministros, poderá ratificar a entrada de Prístina em meados de maio, em Estrasburgo, nesta instituição europeia especializada no acompanhamento dos Direitos Humanos e do Estado de Direito.

Vucic considerou esta opção inadmissível e marcou para hoje uma reunião de emergência do Conselho de Segurança Nacional da Sérvia, após manifestar contundente desagrado com a incorporação kosovar, na noite passada.

“Se admitirem o Kosovo, veremos se a Sérvia continua ou não no Conselho da Europa. Preferem ter entre eles Prístina, em vez de Belgrado”, disse em entrevista à cadeia TV Prva, onde classificou a instituição como um organismo que “não decide sobre absolutamente nada”.