Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte, Francisco Fernandes, os trabalhadores do Vidago Palace Hotel, no concelho de Chaves, distrito de Vila Real, foram informados numa reunião de que “quem não aceitasse ir de férias em janeiro e fevereiro iria sofrer as consequências no futuro”.
“É uma forma de pressão inaceitável sobre os trabalhadores, porque de acordo com a contratação coletiva de hotelaria, a empresa só pode marcar férias, sem acordo dos trabalhadores, entre maio e outubro. Neste momento a empresa está numa ilegalidade e nós não podemos aceitar isso”, sublinhou.
O dirigente sindical adiantou que “muitos trabalhadores não resistiram à pressão e assinaram o acordo”.
Francisco Fernandes salientou que a situação afeta “dezenas de trabalhadores obrigados a ir de férias numa altura de confinamento”.
“Como foi feito sob pressão esperamos que as autoridades intervenham e anulem este mapa de férias que a empresa impôs e que não tinha legitimidade para o fazer”, atirou, explicando ter feito uma denúncia para a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT).
Fonte da ACT de Vila Real confirmou à Lusa que foi apresentada uma queixa, em 25 de janeiro, acrescentando que a intervenção desta entidade no Vidago Palace Hotel deverá ocorrer “em breve”.
Numa resposta por escrito enviada à Lusa, a Super Bock Group rejeitou “veemente a acusação do sindicato” garantindo que “sempre pautou e pauta a sua atuação pelo escrupuloso cumprimento da lei”.
A empresa proprietária do hotel explicou ainda que face ao agravamento das medidas pelo Governo, devido à pandemia de covid-19, decidiu encerrar as unidades hoteleiras de Vidago e Pedras Salgadas.
“A empresa promoveu uma auscultação à disponibilidade e interesse dos colaboradores daquelas unidades hoteleiras para gozarem férias nas próximas semanas e assim evitar, pelo menos para já, uma possível entrada em ‘lay-off’, evitando, assim, o impacto daquela medida para os trabalhadores”, realçou.
“De salientar que da auscultação obteve-se a aceitação voluntária de grande parte dos colaboradores para gozo de férias. Os restantes colaboradores mantêm-se a exercer funções de serviços mínimos apesar da unidade se encontrar encerrada”, acrescentou.
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