“Os resultados das análises realizadas por laboratórios designados pela OPAQ a amostras biológicas e ambientais recolhidas pela equipa da OPAQ confirmam as conclusões do Reino Unido relativamente à identidade do químico que foi usado em Salisbury e afetou gravemente três pessoas”, afirma a organização internacional de controlo do armamento químico num comunicado.
O texto frisa a “grande pureza” da substância analisada.
Serguei Skripal e a filha, Yulia, foram encontrados inconscientes a 4 de março em Salisbury, no sul de Inglaterra.
Um dos polícias que acorreram ao local chegou a ser hospitalizado com sintomas de intoxicação pelo agente neurotóxico, mas teve alta pouco depois.
Os Skripal estiveram em estado crítico durante mais de um mês, até que, na semana passada, Yulia recuperou, tendo sido anunciado na terça-feira que teve alta, e, já esta semana, Serguei Skripal saiu do estado crítico, mantendo-se, contudo, hospitalizado.
As autoridades britânicas responsabilizaram a Rússia pelo incidente que classificaram como um ataque. Moscovo negou qualquer envolvimento e pediu uma investigação.
O caso Skripal já provocou uma grave crise diplomática entre a Rússia e o Ocidente. A 14 deste mês, o Reino Unido anunciou a expulsão de 23 diplomatas russos, uma manobra diplomática que foi seguida nos últimos dias por muitos países ocidentais, pela Ucrânia e pela NATO, o que afetou mais de 150 membros de representações diplomáticas da Rússia em dezenas de países.
Na União Europeia, foram 18 os países que seguiram os procedimentos de Londres, ordenando a expulsão de mais de 30 diplomatas russos, além dos 23 que foram inicialmente mandados sair do Reino Unido.
Estas expulsões foram anunciadas pela Alemanha (quatro expulsões), França (quatro), Polónia (quatro), Lituânia (três), República Checa (três), Espanha (dois), Itália (dois), Holanda (dois), Dinamarca (dois), Suécia (um), Letónia (a), Roménia (um), Croácia (um), Finlândia (um), Estónia (um), Hungria (um), Irlanda (um) e Bélgica (um).
Portugal foi um dos países que, juntamente com a Eslováquia, Bulgária, Luxemburgo e Malta, chamaram embaixadores para conversações, mas não expulsaram diplomatas russos.
Depois do anúncio destes países, a Rússia anunciou que iria retaliar proporcionalmente, criticando as medidas tomadas por Londres sem provas e reafirmando a sua inocência na utilização de um agente químico para envenenar o antigo espião Skripal e a sua filha.
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