“Não há nenhuma prova, portanto, continuam a campanha de informação para desviar a atenção da questão principal: o que aconteceu em Salisbury?”, escreveu no Facebook a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, referindo-se à localidade inglesa onde Skripal e a filha foram encontrados desmaiados a 04 de março.
As autoridades britânicas anunciaram no princípio de setembro que os dois suspeitos do ataque são dois cidadãos russos, Alexander Petrov e Ruslan Boshirov, membros dos serviços de informações militares russos (GRU).
A Rússia assegurou que os dois homens eram civis, em turismo no Reino Unido.
Na quarta-feira, o ‘site’ Bellingcat publicou uma investigação que identifica um dos suspeitos, Ruslan Boshirov, como um coronel, altamente condecorado, do GRU, cujo verdadeiro nome é Anatoli Chepiga.
Segundo o ‘site’ de investigação, especializado na recolha de informações na internet, Chepiga nasceu em 1979 em Nikolaievka, aldeia do leste da Rússia, e concluiu a academia militar da região, ingressando nas forças especiais.
Cumpriu três missões na Tchetchénia e foi distinguido com a mais alta condecoração militar russa, a de “Herói da Rússia” em 2014.
Não há qualquer registo oficial da condecoração, que habitualmente é imposta pelo presidente russo, o que sugere que estará ligada a uma missão secreta.
Sergei Skripal, 66 anos, e a filha Yulia, 33, foram encontrados inconscientes num banco de jardim em Salisbury, tendo-se apurado mais tarde que tinham sido envenenados com um agente neurotóxico militar ‘novichok’.
A investigação sobre o ataque aos Skripal foi alargada ao envenenamento mortal, em julho, da britânica Dawn Sturgess, de 44 anos, na localidade vizinha de Amesbury, também devido aos efeitos da substância química novichok.
A mulher foi contaminada após manusear um recipiente que continha o agente neurotóxico e que também afetou, mas de forma menos grave, o companheiro Charlie Rowley.
O caso Skripal provocou uma crise diplomática que se traduziu numa ação coordenada inédita de expulsão de diplomatas russos de vários países ocidentais, incluindo os Estados Unidos e dois terços dos países membros da União Europeia, a que a Rússia respondeu com a expulsão de diplomatas ocidentais.
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