O presidente norte-americano, Donald Trump, pediu ontem a um oficial eleitoral que "encontrasse" os votos suficientes para inverter o resultado das eleições. O telefonema, de uma hora, foi revelado este domingo pelo jornal "The Washington Post".
"Não há nada de errado em dizer que fizeram novos cálculos", sugeriu Trump, segundo uma gravação da conversa divulgada pelo jornal americano. "Quero apenas encontrar 11.780 votos (...) porque vencemos nesse estado", insistiu, apesar de a vitória do democrata Joe Biden na Geórgia, com 12 mil votos de vantagem, ter sido confirmada por uma recontagem e por auditorias.
O presidente, que citou "rumores" de fraude, considerou "injusto" que tenham "roubado a eleição"."Sabe o que fizeram e não diz nada. É um crime, não pode deixar isso acontecer, é um grande risco", pressionou.
Mas Raffensberger, que estava acompanhado de um advogado, não cedeu: "Acreditamos que os nossos números estão corretos."
A gravação, que a Casa Branca não quis comentar, gerou indignação em Washington. "O desprezo de Trump pela democracia ficou evidente", declarou o congressista democrata Adam Schiff, que considerou a pressão "potencialmente repreensível". Já a sua colega Debbie Wasserman Schultz denunciou o ato de "um presidente desesperado e corrupto".
A vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais foi confirmada pelo Colégio Eleitoral, que arrecadou 306 grandes eleitores, de um total de 538 e bem acima do mínimo de 270 exigido para um candidato ser considerado o vencedor.
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